Mas as dificuldades foram grandes. Com os amigos e a família enfrentava barreiras para se comunicar. O fato de morar em uma área rural tornava ainda mais desafiadora a possibilidade de conseguir entender perfeitamente o que as pessoas estavam dizendo. Até os 18 anos só fazia a lida de casa.
A alternativa encontrada para que aquela moça pudesse se comunicar era fazer a Teologia. No Mosteiro para onde foi levada teve mais facilidade em se comunicar, porque havia outros surdos. Ela queria fazer Sociologia ou Psicologia, mas não havia como prosperar o seu estudo nessas áreas sendo surda. Assim, foi para Santa Maria estudar e conseguiu chegar ao Mestrado, tendo como enfoque o seu trabalho “A Identidade dos Surdos”. Mais tarde obteve o Doutorado com o trabalho “Ser Surdo”.
Segundo a professora, que teve durante a palestra a ajuda de uma intérprete, o surdo não é melhor nem pior do que o ouvinte. O que os diferencia é a forma de comunicação. Ainda durante a sua exposição, abordou como é a rotina de um surdo, as relações e as necessidades. Gladis é doutora em Educação e professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com experiência na área de Educação de Surdos.
O evento teve a parceira do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA), do Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas (Neai) e do Projeto Lutando pela Inclusão: Libras para Todos. Pela manhã, a professora participou da banca de Doutorado do acadêmico Marcos Hübner, do PPGEA.