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Depois de passar dois meses nas escolas de suas aldeias repassando os conhecimentos desenvolvidos em março, os alunos indígenas do primeiro Curso de Graduação em “Licenciatura Intercultural do Sul da Mata Atlântica” retornam na segunda-feira (9) para Florianópolis. Na Capital, eles retomam suas atividades em sala de aula na UFSC. O início da segunda etapa do curso será marcado pela realização de uma Aula Magna no dia 11, às 14 horas, no Hall da Reitoria, seguido pela abertura da exposição “Memórias e Atualidades ao Sul da Mata Atlântica”, com os resultados de suas primeiras realizações pedagógicas.
“A exposição tem ao mesmo tempo um significado ritualístico e acadêmico, porque é a forma como celebram o autoconhecimento e mostram aos outros grupos o que são”, explica Teresa Fossari, diretora do Museu Universitário.

Às 16 horas, logo após a Aula Magna, o Museu Universitário, ligado à Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas promovem uma solenidade de abertura de exposição. Seguindo os protocolos éticos nas relações entre culturas brancas e autóctones, a cerimônia inicia com a doação pelos representantes indígenas dos objetos em exposição ao acervo ao Museu Universitário. O Museu, por sua vez, apresentará imagens desse acervo no local, já que os objetos não podem ser deslocados do ambiente climatizado em que se encontram para espaços sem controle de temperatura e umidade. A exposição ficará aberta ao público do dia 12 a 27 de maio 2011, de segunda a sexta de 8 às 12 horas e das 14 às 20 horas.

O objetivo da mostra é apresentar à comunidade universitária e à comunidade em geral o modo de vida das etnias indígenas que habitam o território catarinense do ponto de vista desses representantes agora alunos de graduação na UFSC. Um grande diferencial da exposição é o fato de que a concepção e a curadoria serão compartilhadas pelos alunos do curso, equipe do Museu Universitário e a colaboração de outros profissionais e alunos da UFSC. A antropóloga Maria Dorothea Darella, uma das coordenadoras do curso, destaca que durante a primeira etapa concentrada a idéia da exposição foi recebida com entusiasmo pelos alunos e preparada como uma uma forma de “expor seus objetos e também se exporem”.

Sob a coordenação da professora Ana Lúcia Vulfe Nötzold, do curso de História do CFH, o novo Curso de Graduação “Licenciatura Intercultural do Sul da Mata Atlântica” é direcionado aos grupos indígenas Kaingang, Xokleng e Guaraní. Com o apoio da Coordenação Interinstitucional para Educação Superior Indígena (CIESI) em seu planejamento, durará quatro anos, totalizando 3.348 horas. Um total de 252 horas são destinadas a atividades acadêmico-científico-culturais, como palestras, debates, viagens de pesquisa, visitas a museus, a sítios arqueológicos, além de outras programações.

A primeira etapa concentrada ocorreu nas duas primeiras semanas de fevereiro e a segunda ocorrerá  em meados de maio, quando se deslocam para a UFSC de distintas regiões do país, desde o Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Dentro da pedagogia da alternância e da filosofia da educação de jovens e adultos, eles passam um tempo intercalado entre as aulas aplicando os conhecimentos nas aldeias antes de regressarem aos bancos universitários.

Na primeira etapa, os indígenas realizaram como atividade acadêmico-científico-cultural visitas à Reserva Técnica do Museu Universitário, quando puderam conhecer a produção artefatual dos distintos grupos étnicos implicados no Curso. Durante a visitação, os alunos conheceram objetos conservados de suas distintas etnias, muitos não mais produzidos nas comunidades.

Assessoria de Comunicação SeCArte/UFSC (com informações do Museu Universitário)