O curso, que se estende até sexta-feira (26), é oriundo de uma parceria entre os laboratórios de Manejo Florestal (LMF) e Psicologia e Educação Ambiental (Lapsea) do Inpa e integra um projeto do LMF aprovado no edital do programa Projetos de Excelência (PRONEX), lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
As aulas serão dadas por vinte cientistas de diversas coordenações de pesquisa do Inpa. Além de técnicos, bolsistas e estudantes dos programas de Pós-Graduação do Instituto, que irão apresentar os resultados parciais dos trabalhos desenvolvidos por eles.
O contato com a produção científica gerada pelos estudos do Inpa acontece não só por meio do material didático, mas também por meio de aulas práticas. Uma delas tratará sobre fenologia (adaptação da fisiologia dos organismos às condições ambientais) e ecofisiologia (relação dos seres vivos com as condições do ambiente), tendo como cenário a torre de 55 metros de altura instalada no meio da mata amazônica. A torre é responsável pelo monitoramento das trocas gasosas entre a atmosfera e a floresta.
Além dessa atividade, os participantes também vão acompanhar um trabalho de avaliação dos parâmetros químicos, físicos e hidrológicos da água do igarapé da reserva, assim como acompanhar um trabalho de coleta e identificação de sapos. Outra aula será a de marchetaria, onde os participantes vão conhecer a forma de medição do estoque de carbono nas árvores.
Segundo a diretora do Lapsea, Maria Inês Iguchi, as atividades têm como propósito auxiliar os professores em sala de aula. Os participantes lecionam para alunos da 5ª a 9ª série do ensino fundamental e ensino médio as disciplinas de Geografia, Ciências, Biologia, Física e Química.
“Vivenciar o processo de geração do conhecimento científico, mostra-se extremamente positivo e acaba munindo os professores de informações que acabam servindo nas aulas”, diz Inês.
O Lapsea já realiza outras atividades de educação ambiental, mas voltadas a crianças. Para Iguchi, esse curso faz uma espécie de complementação do trabalho com os adultos.
“Não dá para fazer educação ambiental em uma aula. Isso só é possível dentro de um contexto. Esse curso na floresta é uma atividade distinta do nosso trabalho de educação ambiental com as crianças, mas acaba somando ao trabalho feito pelo Inpa tanto na educação ambiental, quanto na divulgação científica”, relata.
Imersão total na floresta
Distantes de familiares, do trabalho e de outras atividades cotidianas. É assim que os participantes do curso “A Floresta Amazônica e suas múltiplas dimensões” vão ficar: uma semana dedicados integralmente ao aprendizado. Conforme a diretora do Lapsea, o método chamado de imersão total é bastante eficiente para o entendimento das aulas.
“Quando se assiste a uma palestra e se vivencia a situação, o aprendizado é muito maior. Desde o início, essa tem sido nossa preocupação no curso. Por isso o realizamos na ZF. Um lugar longe da vida cotidiana, do transito e de outras coisas. Lá não funciona celular, apenas o telefone de emergência do Inpa”, expõe.
A realização do curso também contribui para uma maior aproximação entre o Inpa e as escolas. De acordo com Inês, depois de participarem muitos professores voltam ao Inpa solicitando a colaboração dos pesquisadores em palestras e oficinas.
“Quem participa da atividade fica conhecendo o trabalho dos pesquisadores e a estrutura do Inpa e isso acaba articulando parcerias com as escolas através da participação dos pesquisadores do Inpa em palestras e programas na escola”, afirma Inês.
Núcleo de Comunicação Digital (NCD)
Assessoria de Comunicação Social (ASCOM)
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)