Os cursos de engenharia da Universidade de Brasília se destacaram no Enade – Exame Nacional de Desempenho do Estudante 2009. Quatro graduações da área – Engenharia Civil, Mecatrônica, Elétrica e de Redes alcançaram nota 5 no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Na área, a instituição foi a que mais conseguiu nota máxima no país.

O resultado do indicador foi divulgado na quinta-feira, 4 de setembro, pelo Ministério da Educação. A UnB teve 18 cursos avaliados (veja quadro abaixo). Somente as quatro Engenharias conseguiram nota máxima. Outros 10 como Química, História, Engenharia Florestal, Pedagogia e Física, levaram nota 4. As graduações que ficaram com 3 - a menor nota da instituição - foram Computação, Geografia, Arquitetura e Urbanismo e Filosofia.

 

Apenas cinco instituições brasileiras conseguiram a maior nota em Engenharia Civil, dentre elas está a UnB. As universidades federais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul tiraram 5 em duas especialidades da área e a Universidade Federal de Santa Catarina em três. “O desempenho no exame ficou dentro das nossas expectativas. Trabalhamos duro para que nossos cursos tenham qualidade”, avaliou o vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da UnB, Fernando Neves. “Além de corpo docente qualificado, nossos alunos são diferenciados. Basta visitar as salas de estudo e a área externa da FT para ver muitos se dedicando”, ressaltou.

 

Uma das graduações mais tradicionais da UnB, o curso de Arquitetura e Urbanismo está entre os quatro que levaram nota 3. A coordenadora de graduação da faculdade, Cláudia Conceição Garcia disse que o indicador foi ruim, apesar de ser enquadrado dentro do satisfatório. Ela atribuiu a nota baixa a problemas com inscrições e boicote. “Mais de 50% dos alunos não participaram do exame e dos que fizeram, muitos só assinaram a prova”, disse. “ Esse índice não representa a qualidade da nossa faculdade. A UnB e o MEC deveriam conscientizar os estudantes da importância desse exame. Fiquei muito triste com isso”, lamentou Cláudia.

A Engenharia Florestal, que teve nota ruim no exame passado também por conta de boicote, conseguiu CPC 4. "De lá para cá, trabalhamos forte nas salas de aula conscientizando os alunos da importância de fazer o exame", disse o subchefe do Departamento de Engenharia Floresta, Cláudio Menezzi. "Temos que melhorar infra-estrutura, que é a menor da Faculdade de Tecnologia e aumentar o corpo docente, que também é o menor da Faculdade", disse.

 

A decana de Ensino e Graduação, Márcia Abrahão, disse que meta agora é aumentar Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que aponta o quanto o curso agrega de conhecimento ao aluno, além de variáveis de insumo como corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica do curso. Nesse quesito, a FAU recebeu a menor nota da universidade, 1. História ficou com 2, enquanto a maioria tirou 4. Nenhuma atingiu 5. “Nenhum curso chegou ao máximo do conhecimento. Vamos trabalhar para aumentar esse índice”, garantiu Márcia.

 

DESEMPENHO - Mais de 20% dos cursos avaliados no país levaram os piores conceitos. Do total de 7.329, 1,5 mil obtiveram nota 1 ou 2. No DF, 59 das 149 graduações tiveram esses dois indicadores. O Ministério da Educação anunciou que vai cortar cerca de 2,5 mil vagas em 83 cursos de graduação e proibirá a abertura de 357 cursos em instituições com desempenho abaixo do considerado satisfatório. “A lógica do nosso trabalho é estabelecer consequências às avaliações e valorizar a qualidade da educação”, disse a secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Duci”.