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Bob GeldofO ativista político e cantor irlandês Bob Geldof encerrou o festival Back to Black de cultura negra neste domingo, 30 de agosto. Geldof falou sobre a situação da África e alertou a plateia brasiliense quanto aos perigos da assimetria no processo de globalização. “Enquanto cada vaca européia recebe US$ 2,50 por dia em políticas de subsídio, US$ 0,50 são concedidos para cada africano por ano”, lembrou.
O irlandês mostrou dados que revelam o descompasso africano em relação ao resto do mundo. Segundo ele, 62% da população africana é rural, 75% não tem energia elétrica e 80% não tem acesso a água potável.
 
Geldof acredita que o lema do século XXI tem que ser cooperação e não competição. “O multilateralismo precisa funcionar em conjunto com o sistema financeiro. Nós não conseguiremos resolver os problemas econômicos sozinhos.” Para o ativista político, o individualismo já provou ser incapaz de contribuir para o bem estar da humanidade.
 
Através da música, Geldof conseguiu ajuda financeira para a África: é o idealizador do projeto Live Aid, ocorrido pela primeira vez em 1985. Mas ele não acredita que somente essa iniciativa vai resolver os problemas do continente. “A África tem que ultrapassar essas dificuldades com suas próprias forças, como fez a China”, compara.
 
Bernardo_Rebello/UnB Agência
Geldof: apesar de crescer 6% ao ano, o continente africano ainda possui desenvolvimento insatisfatório
Geldof: apesar de crescer 6% ao ano, o continente africano ainda possui desenvolvimento insatisfatório
 
PROBLEMAS - A África cresce a uma taxa de 6% ao ano, mas ainda está distante de alcançar níveis de desenvolvimento satisfatórios. Isso porque a base da economia africana é reduzida, e os lucros são pouco representativos em termos globais. “A África é o último continente a ser construído”, afirma Geldof.
Mesmo assim, os africanos não perdem a oportunidade de se apropriar das novas tecnologias para alavancar o comércio no continente. E de uma forma bastante peculiar, adaptando a modernidade já alcançada em outras regiões às deficiências políticas e sociais do continente.  
 
Para se ter uma ideia de como isso ocorre, ao invés de usarem bolsa de valores, os africanos realizam trocas comerciais por telefone celular. Os comerciantes que moram ou viajam para o centro da selva usam a tecnologia para fechar negócios. "A indústria de telefones celulares na África é a maior do mundo”, afirma o ativista irlandês. Mas, tristemente, o desenvolvimento do setor se deve, à corrupção, outro problema da região. Grande parte dos africanos não confia em suas instituições financeiras. 

UnB Agência