
O "Projeto Carbometano Brasil", financiado pela Petrobras, é realizado pelo Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono da Universidade (Cepac). A perfuração está localizada na jazida de Charqueadas, em Triunfo. A ideia é perfurar dois poços, lado a lado, com cerca de 350m de profundidade cada, e revesti-los com aço e cimento especial (com alta resistência a um ambiente ácido).
Primeiramente será avaliada a quantidade e qualidade de gás natural (metano) liberado das camadas de carvão. Depois será injetado CO2 em um deles para que o outro expulse ainda mais metano. Com isso também será avaliada a capacidade dos poços de armazenar CO2 por milhares de anos. O projeto então se mostra duplamente positivo: além de poder abastecer o mercado de gás natural, pode ajudar a dar outro destino ao dióxido de carbônico que iria poluir a atmosfera.
Segundo o professor João Marcelo Ketzer, coordenador do Cepac, a escolha do local da perfuração se deu pela facilidade logística e porque havia evidências da existência de metano na jazida. "Se um dia entrar em funcionamento, a jazida está próxima ao Polo Petroquímico, uma grande fonte de CO2 e usuária de gás natural".
O professor e pesquisador Roberto Heemann lembra que 90% das reservas de carvão estão em solo gaúcho, cujo potencial de produção de gás natural é de bilhões de toneladas de metros cúbicos. "Nos EUA esse tipo de exploração equivale a 12% da produção doméstica de gás natural. Para o Rio Grande do Sul representaria um grande impacto econômico", observa. O projeto, cujos parceiros são a Copelmi (concessionária da jazida) e a Holcim (fornecedora de cimento para poços de petróleo), além de proporcionar o desenvolvimento de tecnologia, qualifica recursos humanos na área.
Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM