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O termo Inteligência Emocional – I.E. foi mencionado pela primeira vez por Daniel Goleman, psicólogo, escritor e jornalista científico. Para ele, a inteligência está ligada à forma como os indivíduos negociam as emoções. A I.E. seria a capacidade de autoconsciência, controle de impulsos , persistência, empatia e habilidade social. 

De acordo com a Prof.ª Ms. Ana Maria Logatti Tositto, que é também coordenadora do Centro de Psicologia Aplicada – CPA e psicóloga do Centro de Orientação Profissional – COP do Centro Universitário de Araraquara – Uniara,  a I.E. se caracteriza basicamente por dois grandes componentes: um é a capacidade de o indivíduo perceber, avaliar e expressar seus sentimentos e o outro está relacionado ao acesso que essa pessoa tem ao que sente.

“Se o indivíduo consegue ter acesso ou gerar sentimentos positivos em algumas situações, acaba se comportando de forma mais inteligente emocionalmente. Então, se ele consegue compreender as suas emoções,  tem um controle maior sobre as suas reações das mais diversas situações, e com isso terá mais resultados positivos, relações mais saudáveis com ele próprio e com os outros”, diz.

A raiva, a ansiedade e a angústia fazem com que as pessoas tenham reações inadequadas umas com as outras. Isso acontece porque, geralmente, não há um raciocínio emocionalmente inteligente, ou seja, os indivíduos não refletem sobre aquilo que está ocorrendo. O ideal é que haja o controle dos sentimentos e a busca pelos pensamentos positivos.

Ana Maria costuma orientar as pessoas que, se sentirem que estão descontroladas, não tomem decisões ou atitudes no momento. Elas devem parar, refletir e, depois de se acalmar, tomar alguma providência.

A falta de uma comunicação eficaz também pode ser fonte de problemas entre as pessoas. “Fala-se muito, ouve-se pouco. Recomendo o inverso. Vamos escutar o que o outro está falando e esperar que ele termine. Geralmente, quando há uma situação problemática, um quer convencer o outro de algo, daí os envolvidos não se ouvem,  começam a falar, ficam cada vez mais fora de controle e mais emocionalmente raivosos, ansiosos e angustiados e acabam não resolvendo os conflitos de forma inteligente”, explica.

Procurar entender os sentimentos é fundamental. Estar ciente de que o outro tem razões para agir de determinada maneira, se colocar no lugar dele e compreender por que está fazendo isso, ajuda bastante a evitar conflitos. “Às vezes nem é problema do outro com você, mas um problema dele com a família, com a forma como foi educado e a maneira como se desenvolveu e que está se refletindo nessa relação com você”, esclarece.

“As pessoas devem fazer esse exercício – de se colocar no lugar do outro e procurar entender o sentimento alheio. O mesmo vale para você, que também precisa sempre refletir sobre os seus sentimentos, para perceber que o problema não está no outro e sim em você mesmo. A partir do momento em que a pessoa consegue raciocinar dessa forma, vai se indispor menos com as pessoas.”

Por que as pessoas não se relacionam de forma emocionalmente inteligente?

Ana Maria explica que a falta de compreensão dos relacionamentos, dos próprios sentimentos, dos outros, a falta de controle emocional e a falta de comunicação levam a uma série de problemas. Na visão dela, as pessoas que brigam deixam de construir coisas importantes, tanto nas relações afetivas, quanto nas sociais e de trabalho. “Elas acabam criando uma série de dificuldades que levam ao estresse, a uma baixa qualidade de vida.”

A inteligência emocional é diferente da cognição, que seria o pensamento mais racional. É desenvolvida e pode ser aumentada de uma forma surpreendente. O quanto se é inteligente emocionalmente está relacionado ao processo histórico de vida da pessoa. A I.E. começa a ser construída na infância, a partir das primeiras relações. Depende da forma com que essa criança interagiu com os adultos significativos da vida dela. “Ela pode ser uma pessoa mais ou menos inteligente emocionalmente, vai depender dos modelos que teve. Quem teve modelos positivos, ou seja, pessoas equilibradas, controladas e que se comunicam de uma forma adequada, desenvolve a I.E.  desde criança e tende a aumentá-la”, esclarece.

Mas calma. No caso de adultos que não tiveram processo educacional onde a inteligência emocional foi desenvolvida, Ana Maria garante que ela pode ser modificada. “Hoje existe uma série de programas que ajudam a pessoa a desenvolver mais essas habilidades de I.E., além da própria psicoterapia, que leva o indivíduo a se perceber e a indentificar sentimentos; com isso, já consegue melhorar as relações com os outros.”

Estresse

A relação com o estresse é assim: quanto mais baixa é a capacidade emocional de uma pessoa, é grande a probabilidade de o estresse ser mais alto. “Tanto o estresse, quanto a insatisfação do indivíduo com ele mesmo, com suas relações e a própria eficiência no trabalho estão relacionados com isso. Quem é estressado significa que lida mal com as emoções e as usam de uma forma inadequada.”

Como ampliar a autoconsciência?

A consciência dos seus próprios sentimentos e atitudes, assim como da percepção que os outros têm de você, pode influenciar seus atos de tal maneira que eles funcionem em seu benefício. O truque, neste caso, é recorrer à abundância de informações sobre si mesmo que estão ao seu alcance: sentimentos, avaliações, ações e intenções.

Elas vão ajudá-lo a compreender como reagir, agir, comunicar e operar em diferentes situações e ter autoconsciência para processá-las.

Com um grau elevado de autoconsciência você consegue:

- Monitorar-se e observar-se em ação para que possa influenciar seus próprios atos, de tal maneira que eles funcionem em seu benefício;

- Ter consciência, por exemplo, de que o seu tom de voz está ficando mais alto e você está ficando cada vez mais irritado;

- Baixar o tom da voz, desarmar a raiva e responder respeitosamente.

“Um grau elevado de autoconsciência é o alicerce sobre o qual estão construídas todas as outras aptidões da inteligência emocional.”

Como controlar suas emoções?

Compreenda suas emoções. Use isso para lidar com as situações da maneira mais produtiva.  Você pode controlar suas emoções controlando seus pensamentos; alterações fisiológicas; e suas atitudes como reação a um acontecimento externo.


Agência UNIARA