Foi a primeira participação brasileira no desafio, que este ano, em sua quinta edição, reuniu 53 estudantes de 15 países, sendo metade arquitetos e metade engenheiros da madeira. Viviane Iwakiri, estudante do 4º ano de Arquitetura e Urbanismo e Osmar Andrei Liebl, do 4º ano de Engenharia Industrial Madeireira, foram convidados pela professora Ghislaine Miranda Bonduelle, coordenadora da Cooperação Institucional entre o Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR e a França. 

            O desafio envolveu criatividade, técnica, conhecimento e trabalho em equipe. O objetivo era construir uma estrutura em madeira com cerca de sete metros de comprimento, que permitisse aos participantes de duas equipes, postadas frente a frente, apertarem as mãos enquanto estivessem sobre a obra. Por isso mesmo, o tema era “Pedestal para duas mãos”.  “A ideia era olhar o próximo e o futuro de forma solidária, pensando o equilíbrio e a sustentabilidade”, explica Viviane. As equipes foram formadas por sorteio – a presença dos dois brasileiros numa só foi pura sorte – de forma que todas tivessem dois estudantes de arquitetura, dois de engenharia e um mestrando.  Batizado de Solidariedade, o grupo vencedor era formado também por um canadense e dois franceses. 

            A criação da equipe foi uma estrutura em balanço, uma espécie de gangorra, que apenas funcionaria com o trabalho em conjunto de todos. “O design era bastante simples, mas com a emoção do movimento, algo que não foi explorado pelos outros grupos, que fizeram obras estáticas”, relata Osmar. Foi preciso vencer vários problemas estruturais para realizar o projeto, que funcionou perfeitamente. A competição foi realizada de 6 a 13 de março.

            Como premiação, os estudantes receberam livros, artesanatos da região e um troféu simbólico: um martelo. Para os brasileiros, a experiência foi especialmente rica pelo intercâmbio com outras culturas. “Fomos muito bem recebidos e isso era algo de que eu tinha receio. Senti que eles respeitavam muito nossas opiniões e nossa universidade”, diz Viviane. Para a professora Ghislaine, o bom desempenho dos alunos da UFPR pode ajudar a ampliar o convênio da instituição com a França, incluindo a ENSTIB, que até agora não tem um acordo formal com a universidade. 

            Uma visita da professora Ghislaine à ENSTIB, em 2008,  motivou o convite aos estudantes da universidade para participarem do Desafio da Madeira. Os alunos foram selecionados com base no desempenho acadêmico, currículo com ênfase na experiência em construções de madeiras e, também, domínio do idioma francês ou inglês. Para saber mais sobre o Desafio da Madeira 2009 basta acessar o site www.defisbois.fr.

As relações entre o Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal e a França tiveram início em 2002 quando um representante da ESB (Ecole Sperieure du Bois), localizada em Nantes, visitou a UFPR e foi assinado um acordo de cooperação. A parceria visa principalmente a mobilidade acadêmica, mas também contempla atividades conjuntas de pesquisa e missões de trabalho de docentes. Estudantes franceses (entre cinco e nove) passam um semestre letivo na UFPR e dois meses de estágio em empresas brasileiras. Os estudantes brasileiros participam do programa de duas formas. Uma é através da obtenção de bolsa do governo francês com duração de dois anos e a outra é por meio do programa Capes/Brafitec, que possui a duração de um ano letivo na França. Até este ano, 40 estudantes franceses e 25 brasileiros foram beneficiados pela cooperação.