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studentsImagem inline 1Viver um tempo fora do Brasil e voltar com uma nova perspectiva, tanto cultural quanto de ensino. É por essa experiência que passam muitos alunos de graduação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. “Abriu meus horizontes”, revela Bruno Azenha, estudante de Ciências da Computação, após ficar um ano em Nova Iorque fazendo intercâmbio.
Entre 2010 e 2014, houve um aumento de 264% no número de alunos de graduação do Instituto que foram para o exterior. “Esse aumento está ligado a toda a estrutura de apoio oferecida tanto pela USP quanto pelo Governo Federal. O Programa Ciência sem Fronteiras, por exemplo, trouxe recursos e como a Universidade tem competência e contatos com centros de excelência, isso se torna natural”, explica José Carlos Maldonado, presidente da Comissão de Relações Internacionais (CRInt) do ICMC.

Além de proporcionar aos alunos brasileiros a chance de estudar fora do país, o Instituto também oferece a oportunidade de alunos estrangeiros virem passar por essa valiosa experiência em São Carlos. Entre 2010 e 2014, 19 alunos de graduação vieram do exterior para estudar no ICMC.

Conheça, a seguir, as experiências pelas quais Bruno Azenha e João Carlos Correia passaram ao sair para desbravar o mundo. Você também vai conhecer as histórias dos estrangeiros Bassam Hanna e Alice Ngunga, que vieram estudar no Instituto.

Uma nova pessoa – É assim que o estudante Bruno Azenha resume sua experiência fora do Brasil: “Modificadora de vida”. Ele passou um ano em Nova Iorque realizando intercâmbio através do Programa Ciência sem Fronteiras na Columbia University (assista ao vídeo do estudante).

“Pelo fato de estar na USP, ficamos muito expostos a oportunidades como essas. É algo muito natural, sempre estamos conversando sobre o tema, temos amigos que já foram para o exterior, outros que estão se preparando para ir, ficamos na expectativa de quando abrirá um novo edital”, diz Azenha.

Segundo ele, a infraestrutura oferecida pela Universidade norte-americana é de muita qualidade e, além do aluno poder fazer as aulas de graduação referentes ao seu curso, tem direito a disciplinas e atividades extracurriculares. “Fiz um ano de alemão e participei do grupo de trilha”, conta o estudante, que também fez três meses de estágio em uma empresa do ramo de tecnologia da informação.

Azenha afirma que fez muitos amigos durante o período em que viveu nos Estados Unidos e que, além de todo seu crescimento pessoal, a experiência possibilitou fazer comparações em relação à qualidade de ensino que está recebendo: “Foi muito importante para perceber que a educação que estou tendo na USP é de muita qualidade e não deixa nada a desejar com o que eles estão aprendendo lá fora”, explica o graduando.

Bruno retornou em janeiro deste ano do intercâmbio e diz que voltou outra pessoa: “O Bruno antes do Ciência sem Fronteiras e o Bruno depois do programa são pessoas diferentes. Quando estava lá nos EUA, quis aproveitar ao máximo tudo o que fazia porque talvez não voltaria outra vez e trouxe isso comigo para o Brasil. Estou muito mais preocupado em ocupar meu tempo com coisas importantes para mim", finaliza Azenha.

Sonho realizado – “Ainda não acredito no que vivi. Na volta, quando cheguei ao aeroporto de Guarulhos, tive a sensação de que dormi por seis meses. Esse sonho realizado me permitiu ser uma pessoa melhor hoje”. Essas palavras são de João Carlos Correia, que cursa Licenciatura em Matemática no ICMC e sempre sonhou em fazer intercâmbio. Foi aos 45 do segundo tempo, no seu último ano da graduação, que conseguiu concretizar esse desejo.

Correia foi aprovado no Programa Luso Santander, o qual oferecia bolsas para licenciandos de toda a USP. Ele permaneceu seis meses na Universidade do Porto, em Portugal. “Fiz uma disciplina da graduação e outras duas de mestrado”, conta o aluno, que também conseguiu estágio em uma escola pública da cidade como monitor de matemática.

Além de toda a parte acadêmica, o estudante aproveitou muito o lado cultural de sua estada no exterior e chegou a viajar para sete países da Europa: “Essa experiência me permitiu ter uma visão mais aberta das coisas, presenciar outras culturas, com povos diferentes. O que eu vivi como monitor na escola pública ninguém vai tirar de mim”.

A dedicação e persistência do graduando foram determinantes para conseguir o que almejava: “Quando eu estava no ensino médio, a USP estava distante de mim e consegui passar. Quando entrei na Universidade, o intercâmbio que se tornou surreal, mas também tive sucesso. Com a dedicação de cada dia, madrugadas estudando e a força de trabalho, tudo deu certo. Espero que não fiquemos só pensando nos nossos sonhos e lutemos por eles”, conclui o aluno.

Tranquilidade para aprender – “Estou aprendendo muito, até mais rápido do que na minha Universidade”. É dessa forma que o egípcio Bassam Hanna descreve como está sendo a experiência de estudar no ICMC. Ele chegou ao Brasil no final de 2013 para fazer um intercâmbio social, ministrando aulas de cultura em escolas públicas da cidade. Foi aí que alguns amigos sugeriram que ele começasse a estudar no Instituto.

Então, o estudante solicitou que a Universidade Britânica do Cairo, na qual é aluno de Ciências da Computação, o autorizasse a iniciar os estudos no ICMC. Ele enviou a documentação necessária e foi aprovado pela Instituição.

Hoje, Hanna já fala português e mora em uma república com outros cinco estudantes. Ele escolheu cursar somente as disciplinas laboratoriais e conta que vai ficar até o final do ano no ICMC: “É muito importante estudar com pessoas diferentes, conhecer outras formas de ensino. No começo, você fica um pouco perdido, mas a cada semestre terminado, é uma vitória”.

A mudança radical de cultura e formas de ensino foram marcantes para o egípcio: “O que mais me impressionou foi a vida, as pessoas. Aqui é muito mais tranquilo, no Egito, é complicado por causa da revolução. Vou levar esse outro jeito de pensar comigo”, finaliza o aluno.

Valiosa experiência – “Não foi fácil deixar meus pais, minha terra, meus amigos e viver tudo novo. Mas não me arrependo”, diz a recém-formada em Ciências de Computação pelo ICMC, Alice Ngunga, angolana da cidade de Lubango. Ela chegou ao Instituto depois de ser aprovada em um processo seletivo do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais.

“Eu queria vir para o Brasil passear e quando fui à embaixada brasileira na minha cidade, vi o anúncio para fazer faculdade e me candidatei. No começo, minha mãe não queria deixar eu vir, mas depois consegui convencê-la”, conta Alice. A estudante chegou a São Carlos para fazer Engenharia de Computação, mas depois de dois anos viu que não era o que realmente queria e pediu a transferência para outro curso: “Não gostava das disciplinas de engenharia elétrica e sempre adorei programar. Por isso, resolvi mudar para Ciências da Computação”.


A convivência com novas pessoas e uma cultura diferente foi muito valiosa para a ex-aluna: “O Brasil é um pouco mais liberal do que a Angola e aqui as pessoas são mais extrovertidas, isso me ajudou bastante, pois sou tímida”. Além do seu desenvolvimento pessoal, as aulas na USP também foram fundamentais para seu aprendizado e ela recomenda a Universidade.

Mal se formou e Alice já conseguiu um emprego na sua área. Na última segunda-feira, 24 de agosto, ela começou a trabalhar como analista de sistemas em uma empresa do ramo de tecnologia da informação em Luanda, capital da Angola.

 Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do ICMC