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A capital da China foi palco de um movimento de aproximação inédito entre pesquisadores de diferentes instituições de ensino e pesquisa do Estado de São Paulo e da China, durante o Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing, entre os dias 15 e 18 de abril. No Yingjie Exchange Center, no campus da Peking University (PKU), estiveram reunidos por três dias alguns dos maiores especialistas dos dois países nas áreas de ciência dos materiais e nanomateriais, ciências ambientais e energias renováveis, agricultura, ciências biológicas, medicina e ciências da vida.
Juntos, eles discutiram os recentes avanços das pesquisas em diferentes instituições, expondo um panorama atualizado do nível da excelência científica nos dois países.

Foram apresentadas pesquisas avançadas sobre fisiologia de plantas para a produção de biocombustíveis, modelos de previsão de mudanças climáticas, tecnologias farmacológicas não invasivas e novas terapêuticas para complicações metabólicas e cardiovasculares associadas, entre outras.

Durante o evento, pesquisadores chineses tiveram contato com projetos apoiados pela FAPESP, com resultados que contribuem tanto para investigações consideradas fundamentais quanto para aplicações em sistemas tecnológicos avançados.

Pesquisadores brasileiros também puderam travar contato com alguns dos principais cientistas em atuação na China, país que apresenta índices crescentes, acelerados e consistentes em desenvolvimento científico e tecnológico.

Parceria estratégica

De acordo com Celso Lafer, presidente da FAPESP, o contato entre pesquisadores é o ponto fundamental da FAPESP Week, e um diferencial dentro do processo de internacionalização da pesquisa realizada no Estado de São Paulo.

A troca de informações, segundo ele, é a peça-chave que pode levar a parcerias que sejam benéficas para a qualidade das pesquisas em ambos os países.

“A primeira FAPESP Week na Ásia foi realizada em 2013 no Japão, mas a cooperação sul-sul, neste caso com os pesquisadores na China, deve ser prioritária, no sentido de que os dois países passam por processos similares em termos de desenvolvimento científico e tecnológico”, avaliou.

Para Lafer, mais do que um importante passo rumo à consolidação da pesquisa brasileira em nível internacional, o evento foi estratégico para aumentar o relacionamento entre pesquisadores do Estado de São Paulo e de diferentes instituições chinesas de ensino e pesquisa, a fim de promover estudos conjuntos que beneficiem a população dos dois países.

Embora o seminário tenha ocorrido na PKU, Lafer destacou a importância da participação de pesquisadores de outras instituições da China, o que facilita a aproximação também com outras universidades. O primeiro acordo de cooperação para pesquisa, porém, deve ser firmado com a PKU.

“As conversações com a Peking University foram positivas e temos a expectativa de que elas se desdobrem em um acordo de cooperação. Mas a FAPESP está aberta a conversações com outras universidades de excelência na China”, disse.

Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, o balanço dos três dias da FAPESP Week Beijing é positivo.

“O evento cumpriu bem o objetivo da FAPESP, que é aumentar a visibilidade internacional da pesquisa realizada no Estado de São Paulo. Especificamente, a FAPESP Week Beijing significa o início de futuras parcerias, sobretudo entre os pesquisadores que estiveram presentes e as áreas envolvidas”, observou.

De portas abertas

Durante o encerramento do evento, Yansong Li, vice-presidente da PKU, destacou a importância da FAPESP Week Beijing para os pesquisadores chineses.

“Estamos orgulhosos de que o primeiro simpósio feito pela FAPESP na China tenha sido na Peking University, o que incentivará a cooperação entre os dois países. Agora estamos mais próximos do que antes e a expectativa é de que esse encontro renda frutos em um futuro próximo”, disse.

Li observou que, mesmo entre os alunos da universidade, há um desejo crescente de aproximação com a América Latina, sobretudo com o Brasil. “Esse foi o primeiro passo para uma aproximação, que vai ser cada vez maior, pois há complementaridade de pesquisa em várias áreas”, disse.

Com um orçamento anual para pesquisa de cerca de US$ 400 milhões, a Peking University é considerada a principal instituição de ensino e pesquisa da China.

Nos 2,7 milhões de metros quadrados de seu campus concentram-se 6,2 mil professores e funcionários e 38,8 mil estudantes – 14,7 mil em cursos de mestrado e 8,5 mil de doutorado –, distribuídos em cinco faculdades e 53 escolas e departamentos.

Nos últimos anos, a PKU apresentou um significativo aumento na produção científica. Dados divulgados durante o evento mostram que 6.247 artigos foram publicados em 2013 com um primeiro autor oriundo da universidade. Este ano, até meados de abril, já haviam sido publicados 2.417.

Parte da programação da FAPESP Week Beijing, a exposição Brazilian Nature – Mistery and Destiny mantém a presença brasileira na PKU no mês de abril. A exposição poderá ser vista até o dia 29 na biblioteca central da universidade.

Os painéis digitalizados da exposição podem ser vistos com legendas em português, alemão, inglês, espanhol, japonês e agora também em mandarim no endereço www.fapesp.br/publicacoes/braziliannature.

Agência FAPESP