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Seis professores-pesquisadores do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) foram contemplados com o Prêmio Inventor 2010 da Petrobras dado a três projetos criados na Universidade a partir de parcerias com a estatal e que, devido a seus resultados inovadores, tiveram suas patentes depositadas. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada no dia 19 de novembro, na própria estatal.
Uma solução e dois resultados

Um estudo realizado no Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), orientado pelo Professor Luiz Alberto Cesar Teixeira, em conjunto com pesquisadores do CENPES (Centro de Pesquisas da Petrobras) e da Escola de Química da UFRJ (EQ-UFRJ), foi um dos agraciados pelo Prêmio Inventor Petrobras 2010. Os resultados inovadores no estudo que buscava uma solução tecnológica mais eficiente do que a existente no mercado para a remoção do poluente boro de águas provenientes da exploração de petróleo geraram a patente depositada pela estatal.

Ao desenvolver condições físico-químicas ideais e inserir aditivos especiais que incrementam a retenção do boro na superfície do óxido de magnésio (material adsorvente utilizado no processo), além de chegar ao objetivo da pesquisa: reduzir o nível do contaminante na água de petróleo, o estudo permitiu que o óxido de magnésio, mesmo após a retenção do boro, mantenha-se como um produto viável industrialmente, podendo ser aproveitado na produção de vidros e na agricultura como corretivo de solos. Além disso, a água descontaminada pode ser descartada no mar, limpa e sem poluentes.

“Encontramos uma solução inédita e que atinge dois objetivos em uma única aplicação”, explicam os pesquisadores. O estudo resultou na tese de doutorado do aluno do CTC/PUC-Rio Javier Paul Montalvo Andia, tendo como orientadores o Professor Luiz Alberto Cesar Teixeira, do CTC/PUC-Rio,  Lidia Yokoyama, da Escola de Química da UFRJ, e os pesquisadores Vânia Maria Junqueira Santiago e Rodrigo Suhett de Souza, ambos do CENPES.

Tecnologia evita desastres ecológicos

O Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC) do CTC/PUC-Rio, por sua vez, conquistou dois prêmios. Ambos dizem respeito a pesquisas realizadas no Centro de Pesquisa em Tecnologia de Inspeção (CPTI).

Um deles foi dado ao sistema que monitora os movimentos de linhas flexíveis em ambiente submarino, trabalho resultante das pesquisas dos professores e engenheiros Jean Pierre Von Der Weid, Marco Grivet, Miguel Andrade de Freitas e Marcelo Roberto Jimenez. A patente é ligada à segurança de operações e à prevenção de acidentes. “O novo sistema permite que haja um reparo antes de haver um desastre ecológico”, afirma Jean Pierre.

A movimentação do mar causa um desgaste nos dutos, cujos arames se quebram aos poucos e, sem um monitoramento constante, o duto pode se romper e causar um derramamento de óleo em alto mar. “A medição do ângulo de rotação do duto através de sinais de ultrassom nos permite determinar se os arames que o compõe estão em processo de ruptura e, consequentemente, se o duto necessita ser trocado”, explica o engenheiro e pesquisador do CETUC Marcelo Roberto Jimenez. Miguel Freitas, da mesma equipe, ressalta: “Apesar de existirem dutos mais recentes já equipados com sensores semelhantes, milhares de plataformas utilizam dutos sem essa tecnologia e torna-se inviável a substituição dos antigos pelos mais novos. Este sistema oferece segurança, economia e confiabilidade”.

O segundo prêmio foi concedido ao trabalho realizado pelo engenheiro pesquisador José Augusto Pereira da Silva, também do CPTI. Em parceria com a Petrobras e a EngeMovi, foi criado o AURI (Autonomous Underwater Riser Inspection): o primeiro robô no mundo capaz de inspecionar oleodutos flexíveis, chamados risers, de forma 100% autônoma (sem controle remoto). O protótipo com câmera, que fotografa toda a superfície externa do oleoduto para identificação de defeitos, é capaz de atingir mil metros de profundidade e terá aplicação em plataformas de petróleo. Atualmente a inspeção dos risers é realizada por robôs com controle remoto chamados ROV que exigem também o aluguel de um barco de apoio. A solução brasileira, além de reduzir custos, permite maior velocidade no monitoramento e na manutenção dos oleodutos, prevenindo acidentes como vazamentos de óleo. Tecnicamente, o trabalho é chamado de “aparelho de empuxo positivo para limpeza e inspeção de tubulações ascendentes em catenária livre”.