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SurgeryA dificuldade em encontrar doadores de sangue está hoje sendo contornada pelo amadurecimento de uma técnica para retirada de baço em pacientes portadores de uma doença rara, que se caracteriza pela formação de anticorpos que agem contra os próprios tecidos do organismo. A doença faz com que o sangue não coagule por falta de plaquetas, abrindo uma janela para hemorragias e infecções, podendo estar associada ao lúpus e HIV.
A pesquisa, desenvolvida por um grupo de especialistas do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da PUCRS, coordenada pelo professor e médico do Hospital São Lucas da PUCRS, Plínio Carlos Baú, aplicou o método denominado embolização, - procedimento que bloqueia o fluxo sangüíneo da artéria esplênica (que irriga o baço), evitando assim, a necessidade de transfusão de sangue antes e depois da cirurgia de retirada do órgão.

Os especialistas conquistaram o primeiro lugar nacional, na categoria especial, entre os 342 trabalhos que concorreram no Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, realizado, recentemente, em Búzios, no Rio de Janeiro.

No período de outubro de 1999 a março de 2006, 27 pacientes foram submetidos ao procedimento pré-operatório, pela mesma equipe. Deste grupo, 10 passaram pela técnica antes da cirurgia e ficaram livres da transfusão sangüínea, sendo que os outros 17 pacientes necessitaram de hemácias e plaquetas.

O primeiro caso realizado com sucesso foi o de uma paciente em final de gestação de alto risco que não poderia passar por uma cirurgia e nem receber transfusão. Os médicos optaram pela embolização, introduzindo um cateter na artéria esplênica, que irriga o baço.


Doença auto-imune

A cada 10 mil pessoas, uma sofre desta doença rara, cujo nome científico é Púrpura Trombocitopênia Imune (PTI), causada por mecanismos ainda desconhecidos de auto-imunidade, o que possibilita a diminuição da contagem de plaquetas e sangramentos, na maioria das vezes, com manifestação hemorrágicas leves ou moderadas na pele (manchas arrocheadas) e na mucosa. O diagnóstico é feito através de hemograma e verificação de plaquetas.

O tratamento clínico inclui o uso de corticóides e cerca de 70% dos pacientes necessitam da cirurgia e transfusão de sangue. Em aproximadamente 80% dos casos de PTI aguda, principalmente em crianças, há o relato de infecção virótica no período que antecede o início das manifestações clínicas, como a rubéola, sarampo, caxumba e varicela.

O baço é um órgão que tem importante função imunológica de produção de anti-agressores e linfócitos, e a sua retirada determina a capacidade reduzida na defesa contra alguns tipos de infecções. Nos casos em que a pessoa desenvolve a PTI (doença auto-imune), o corpo perde parte da sua capacidade de produzir anticorpos protetores e de combater bactérias indesejáveis do sangue.


Aplicações

O procedimento também está sendo aplicado em alguns tipos de patologia, como nos casos de metástase. Acrescente-se que os custos do tratamento ficam 30% menores, além da redução de riscos de infecções durante as transfusões.

Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM