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Em 1964, a Universidade de Brasília sentiu as consequências do golpe militar que implantou a ditadura no país. Perseguições e demissões marcaram o ano de 1965, quando 223 professores da UnB se afastaram voluntariamente. Uma das iniciativas para recompor o quadro docente, na década de 1970, foi a criação do Instituto de Ciências Exatas (IE), concentrando os departamentos de Física, Geociências, Matemática e Química.
Os 40 anos do IE foram comemorados em cerimônia nesta quinta-feira, 8 de abril. Quatro décadas de uma história que começou com a vinda de professores de diversas partes do Brasil e do mundo para reerguer uma universidade que resistia ao abuso militar. “Lembro que a comunicação ficava prejudicada por causa da ditadura. A única coisa que funcionava em Brasília era a UnB”, conta o professor Reinhardt Adolfo Fuck, do Instituto de Geociências.

“A primeira impressão ao chegar aqui foi ótima, porque reencontrei antigos colegas”, disse o professor e segundo diretor do IE. Reinhardt destaca, ainda, como a recuperação do quadro docente melhorou a qualidade do ensino e multiplicou o número de alunos em um curto espaço de tempo. No ano de 1978, o IE concedeu o primeiro diploma de doutor em Matemática do Brasil a José Valdo Abreu Gonçalves. Noraí Rocco, professor de Matemática e atual diretor do instituto, conquistou o terceiro.

Ao longo dos anos, o IE assumiu a dinâmica que tem atualmente, englobando os departamentos de Matemática (MAT), Estatística (EST) e Ciência da Computação (CIC). Geociências, antes vinculado ao Instituto, ganhou autonomia, assim como a Física e a Química. Na opinião do diretor do IE, completar 40 anos significa preservar a memória e investir no futuro da educação. “Dar continuidade é muito importante. A passagem de geração para geração numa instituição como a universidade é valiosa”.

CELEBRAÇÃO - Na cerimônia de comemoração, o vice-reitor, João Batista de Sousa, parabenizou o instituto pelos 40 anos de trabalho. Em tom descontraído, o professor comentou a proporção entre homens e mulheres que passaram pela diretoria. “Só achei uma coisa ruim: só tem uma mulher como diretora”, brincou. Haydée Werneck Poubel, professora aposentada, foi a única representante do sexo feminino na diretoria do IE. “Ser a única mulher foi por acaso. Nunca me senti excluída de nada por isso”.

A cerimônia contou ainda com uma homenagem a todos os diretores que marcaram as quatro décadas do Instituto de Ciências Exatas da UnB.

UnB Agência