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Direitos HumanosA cerimônia de entrega do 10º Prêmio USP de Direitos Humanos será feita nesta quinta-feira, dia 10 de dezembro, na sala do Conselho Universitário (Co), no prédio da Reitoria, a partir das 17h. Os ganhadores são: na categoria individual, Abdias do Nascimento, escritor, artista e ativista; e, na categoria institucional, Projeto Caminhada pela Paz. Débora Rodrigues Diniz e Arsenal da Esperança Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida receberão menções honrosas.
O prêmio é concedido anualmente pela USP no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos - assinada em 1948, com o objetivo de identificar, distinguir e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos Direitos Humanos no Brasil. Ele foi criado pela Comissão de Direitos Humanos da USP, formada em 1997, que, desde então, tem desenvolvido série de iniciativas de natureza educativa, como congressos, jornadas e a publicação de obras sobre com este tema. 

"Democracia, direitos humanos e educação são termos equivalentes", afirma a presidente da Comissão, professora Maria Luiza Marcílio, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, explicando os motivos de uma Universidade como a USP prestigiar, através deste prêmio, pessoas e organizações, as quais lutam para a promoção de valores e princípios que ajudam a melhorar a vida de toda a população, principalmente os mais carentes. 

Defesa dos direitos humanos e civis dos negros 
O ganhador da categoria individual, Abdias do Nascimento tem 95 anos, dos quais quase 70 são dedicados à luta na defesa dos direitos humanos e civis dos negros e ao combate à discriminação. Bacharel em Economia, sempre ligado à esta temática, ele fundou em 1944, o Teatro Experimental do Negro, marco na história das artes cênicas brasileiras por levar atores negros aos palcos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1945, criou o Comitê Democrático Afro-Brasileiro e, no ano seguinte, participou da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Rio de Janeiro, ajudando a instituir o movimento negro do partido, e na formação do Partido Democrático Trabalhista (PDT).  

Nos anos 80, fundou entidades como o Memorial Zumbi, a Fundação Afro-Brasileira de Arte, Educação e Cultura (Funafro) do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) da Pontífica Universidade Católica (PUC) de São Paulo, a revista Afrodiaspora e o Museu de Arte Negra. Teve contato com ativistas políticos de todo o mundo e ganhou reconhecimento internacional. Foi professor visitante de universidades nos Estados Unidos e na Nigéria. Também participou de encontros sobre questões raciais em países em vários países. 

Atuou como deputado federal e senador. Em 1999, assumiu a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Recebeu diversos prêmios e títulos em reconhecimento às suas atividades, como o título de cidadão paulistano pela Câmara Municipal de São Paulo (1996) e a menção honrosa de Direitos Humanos pela OAB-SP (1997).  

Promoção do desenvolvimento da comunidade 
Na categoria institucional, o projeto Caminhada pela Paz, que é desenvolvido pela Paróquia Nossa Senhora do Morro e coordenado pelos padres Matozinhos de Oliveira e Mauro Luiz da Silva, está localizado em Belo Horizonte (MG) e busca melhorar as condições de vida dos moradores de um aglomerado composto por cinco favelas. As atividades foram iniciadas há quase dez anos, com uma caminhada em protesto à violência nas comunidades e à ausência de ação do poder público. Depois, o projeto cresceu e passou a incluir ações multidisciplinares envolvendo educação, cultura, esporte, lazer, saúde, ambiente, cidadania e direitos quilombolas, com metodologia baseada na participação dos próprios moradores. 

O curso pré-vestibular oferecido pelo projeto já ajudou a colocar 250 pessoas na faculdade, 50 delas já formadas. O Caminhada pela Paz também realiza ações relacionadas a questões de ocupação do solo e ambiente, coleta de lixo, formação do subcomitê Bacia do Leitão para monitoramento das águas na região, ligado ao Projeto Manoelzão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o projeto Bela Viola, que, com a participação de arquitetos e engenheiros voluntários, possibilita melhorias nas moradias. 

Questões de gênero e Moradores de rua 
Na categoria individual, as menções honrosas vão para a antropóloga Debora Rodrigues Diniz, professora da Universidade de Brasília (UnB) e membro-fundadora da Anis Instituto Brasileiro de Biogenética, Direitos Humanos e Gênero. Ela é coordenadora de estudos sobre questões de gênero e opção sexual, diversidade cultural, bioética, saúde reprodutiva e pública. 
  
O Arsenal da Esperança, que receberá menção honrosa na categoria institucional, funciona na antiga Hospedaria dos Imigrantes (SP) e acolhe moradores de rua. Ele recebe mais de mil pessoas diariamente, oferecendo serviços como refeições, leito, banho, roupas e calçados, atendimento médico, fisioterápico e odontológico, cursos de alfabetização, informática e profissionalizantes, biblioteca, atividades esportivas, coral, teatro e sessões de cinema. Além disso, responsabiliza-se por assistência jurídica e orientação previdenciária às pessoas carentes. 

A Sala do Conselho Universitário está localizada à Rua da Reitoria, 109, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações podem ser  obtidas pelo telefone (11) 3091-3402 / 3255 5538 ramal 48 ou pelo site da Comissão (www.direitoshumanos.usp.br). 

Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP