Depois de elogiar o “meu amigo Lula”, Morales disse ter conhecimento do nível das universidades brasileiras e que “lá as públicas desenvolvem boas pesquisas, ao contrário das bolivianas”. Citou a importância de a pesquisa científica ajudar a Bolívia a industrializar suas matérias primas com retorno ao desenvolvimento social. “A quinua, por exemplo, é um vegetal cultivado nas regiões andinas há mais de cinco mil anos e é um tipo de cereal rico em proteínas, vitaminas e minerais. A FAO considera a quinua um dos poucos vegetais completos à nutrição humana, bom até para o coração”,argumentou Evo, para quem essa planta já deveria estar no mercado mundial, mas faltam tecnologia e pesquisas à sua industrialização. 

O presidente boliviano se encontrava na Universidade privada Dell Valle, em Cochabamba, assinando convênio para o desenvolvimento de pesquisa. Foi quando se encontrou com um grupo de professores, entre os quais Sílvio Prado, convidados pelo Ministério da Educação da Bolívia para avaliar o desempenho do Curso de Arquitetura e Urbanismo em Dell Valle. A avaliação decorre da exigência do Ministério da Educação boliviano que vai financiar projetos de pesquisas de universidades privadas desde que seus cursos apresentem níveis de qualidade de ensino de investigação científica e tecnológica. O trabalho de avaliação faz parte de um convênio entre países do MERCOSUL, destinado a constituir grupos de examinadores da qualidade de cursos e de infra-estruturas universitárias. O professor Silvio Prado já avaliou o Curso de Arquitetura da Universidade ORT, de Montevidéu. Os professores brasileiros que integram as comissões de avaliações foram selecionados pelo MEC e participaram um treinamento em São Paulo. Dos 40 avaliadores credenciados em todo o Brasil, três são de Santa Catarina. 

A Universidade Dell Valle, de Cochabamba, tem cinco mil alunos e vários cursos, entre os quais destaca-se o de Medicina, motivo pelo qual há cerca de 500 estudantes brasileiros e desse total mais de 40% cursam medicina.