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Os professores Irineu Rabuske, da Faculdade de Teologia da PUCRS, e Cássio Murilo Dias da Silva, da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (ligada à PUC-SP), lançaram-se num empreendimento grandioso: realizar uma nova tradução da Bíblia a partir dos originais em hebraico, grego e aramaico. O trabalho seria impensável para uma dupla e dependeria de mais recursos e tempo sem um aliado: a informática.
Até o final de 2009 as Edições Loyola, de São Paulo, publicarão uma obra parcial, resultado de dois anos de pesquisa, com os Evangelhos e Atos dos Apóstolos. A previsão é de que em 2010 esteja pronto o Novo Testamento e daqui a três anos, a edição completa da Bíblia. A tradução é feita a quatro mãos. Os pesquisadores se comunicam por Skype - um programa que interliga, de forma on-line, usuários conectados à internet. Apesar de estar cercado por várias Bíblias, um programa facilita o acesso de Rabus ke a obras de todas as línguas (o BibleWorks).

Apesar de o Brasil ser o país com o maior número de traduções, perto de 15, segundo o professor, todas contêm imprecisões e são "precárias". "Não havia recursos técnicos para a sua realização." A nova tradução tem como alvo professores e alunos de Teologia, além de agentes de pastoral. A linguagem é acessível, atualizada e sem termos muito específicos. Para facilitar estudos e pesquisas, haverá notas explicativas. "Pretendemos dar subsídios para a interpretação da Bíblia", explica Rabuske, que é padre diocesano.

Os autores visam a ser fiéis ao original o mais possível, por isso se baseiam nos textos primários. "As traduções são como as cópias de imagens. A cada uma que fazemos se perde um pouco." Eles se preocupam em seguir normas mais universais da tradição da Igreja Católica, sem um viés ideológico.

Uma das inovações da obra é o tratamento de modo sinóptico. Os Evangelhos que abordam os mesmos temas são traduzidos simultaneamente com as colunas postas lado a lado no computador. "Procuramos respeitar a equivalência e divergência de vocábulos entre Mateus, Marcos, Lucas e João." Rabuske e Dias da Silva definem trecho a trecho qual é a melhor versão da Língua Portuguesa. As palavras repetidas em cada Evangelho são comparadas e verificadas em seu sentido. Os autores se conheceram no Pontifício Instituto Bíblico, onde estudaram juntos. O professor da PUCRS é mestre em Ciências Bíblicas pela instituição de Roma e doutor em Teologia pelo Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, de São Leopoldo. Dias da Silva tem doutorado em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico. Dedicam 20 horas por semana para a pesquisa.

Na próxima segunda-feira, 21 de setembro, e no dia 25, eles falarão sobre o trabalho para as turmas de Humanismo e Cultura Religiosa da Universidade, no auditório do prédio 5 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre).

Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM