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Jacques Lacan (Paris, 13 abril 1901 – 9 setembro 1981)Hermenêutica, segundo o dicionário Aurélio, é a interpretação do sentido das palavras. Pois é através das palavras, reunidas no livro A interpretação na clínica – da hermenêutica à psicanálise que Carlos Augusto Monguilhott Remor passeia pela trajetória da interpretação, analisando a psicanálise e o chamado real lacaniano.
Professor e chefe do Departamento de Psicologia da UFSC, o autor tem como foco, na obra voltada aos profissionais da psicologia, a interpretação relacionada a diversos tópicos, como a leitura, as ciências humanas, a metáfora e a metonímia e os sonhos. 

Merece especial atenção do professor a intervenção lacaniana denominada forçage: “As considerações e referências a este conceito ainda são muito raras, essa teorização na qual Lacan desliga-se do inconsciente representacional por via da introdução da topologia, mas especificamente, do Real, constitui-se num campo ainda quase virgem mesmo entre os analistas. Lacan já falava sobre a interpretação desde a consideração do Real, portanto muito próxima do forçage, mesmo dirigindo-se aos estudantes, dizendo que ´a interpretação deve sempre ter em conta que nisso que está dito existe o sonoro e esse sonoro deve consoar com o que é do inconsciente´”. 

Em outras palavras, também do autor, o termo forçage estaria ligado “a uma confrontação com o sem-sentido da vida, como que pela força, de vez que não há outra escolha”.

Levando o leitor à busca pelos sentidos da interpretação, Carlos Augusto relembra, em toda a obra, e também em sua conclusão, que o assunto não pode e nem deve ser abordado de maneira simplista. “A complexidade e a abrangência do tema ´interpretação’ são extensas e antigas. A nossa ligação com o sentido é igualmente antiga, e parece fazer parte da definição mesma do homo sapiens, que rege seu modo de pensamento usual e seu modo de expressar-se, imprimindo lógica, consistência e coerência ao seu discurso. Isso se configura em mais do que uma objetividade, e talvez seja esse o motivo da complexidade e vastidão do assunto. Soma-se a isso a delicadeza que se deve ter para tratar um tema que pretende quebrar algo que é comum ser considerado como distintivo em relação a outros animais, e que tanto orgulho traz ao animal homem. É bem nesses pontos que Lacan traz suas contribuições, utilizando-se de neologismos como ‘ humanimalidade’”. 

Serviço:
Obra: A interpretação na clínica - da hermenêutica à psicanálise
Autor: Carlos Augusto Monguilhott Remor
Editora da UFSC (EdUFSC)
93 páginas – R$ 24,00