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Museu de Arte Moderna de São PauloO Museu de Arte Moderna de São Paulo está na programação de artes visuais do França.Br 2009 – Ano da França no Brasil – com a exposição “Olhar e fingir: fotografias da coleção Auer”, que tem vernissage no dia 22 de abril às 20 horas.
A mostra, com curadoria realizada pela historiadora francesa Elise Jasmin em parceria com o jornalista brasileiro Eder Chiodetto (curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM), reúne cerca de 290 peças da abrangente coleção do casal Michel e Michèle Auer e compreende quase 170 anos da história da fotografia. 

O MAM-SP escolheu a fotografia, técnica de origem francesa (quatro dos cinco “pais” da fixação da imagem pela luz eram franceses), e popularizada mundialmente pelo governo daquele país, para se inserir no evento que realizará inúmeras parcerias franco-brasileiras ao longo de 2009. O Ano da França no Brasil é organizado pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores.

Os curadores selecionaram imagens que trazem à tona a história da fotografia contada pelo prisma de artistas transgressores. No lugar de buscar uma cópia do mundo real, esses artistas se apropriaram da fotografia para falar do imaginário, do universo das sensações e das percepções não visíveis representadas por meio de experimentações e metáforas visuais. A fotografia como invenção e não como catalogação do mundo. A câmera como um instrumento de acesso à imaginação. Para tanto, a mostra é dividida em quatro partes:

Transfigurações – Ao longo da história da fotografia, as técnicas de registro fotográfico foram se transformando. Certas pesquisas técnicas permitiram afastar a imagem produzida do mundo objetivo, a fim de expandir o repertório da representação fotográfica e colocá-la em diálogo com linguagens artísticas como a pintura e o desenho. Esse módulo engloba experiências desse gênero desde o século XIX até hoje, além de estudos sobre a cor.

Beleza convulsiva – O olhar surrealista e irreverente é o mote desse módulo. A fotografia que rompe a superfície do visível para investigar os mistérios do inconsciente e o universo dos sonhos, ferramenta de acesso e representação dos desejos, fantasias e temores do homem. Aqui também as imagens de fantasmagorias lidam com o enigma da morte, oscilando entre o sombrio e o desejo de desvendar o desconhecido. 

Performances – O retrato posado transforma o espaço interior da câmera em um palco de teatro. Na frente da câmera, o personagem; por trás, o diretor. Quanto mais o fotógrafo-diretor impõe uma estética e direciona a postura do personagem, mais evidente fica a relação entre ambos. O módulo apresenta a construção de seres ficcionais e o corpo como objeto do desejo e do erotismo.

Fantasias formais – Olhar a paisagem. Abstrair a paisagem. Reduzí-la a formas, linhas, texturas. Perceber na paisagem, na rua, no mundo, sua essência formal, a geometria que se cria quando a luz resvala num volume. Compõem este módulo o corpo humano como escultura, o visor que harmoniza a natureza caótica e a fotografia documental contemporânea que absorveu essas experimentações.

A exposição contará com imagens produzidas ao longo dos séculos 19, 20 e 21 por autores de diferentes continentes – entre os sul-americanos, estão os brasileiros Geraldo de Barros, Pedro Vasquez, Fabiana de Barros e Mario Cravo Neto – e garimpadas pelo casal em suas pesquisas e viagens pelo mundo. Entre outros tesouros da história da fotografia, o público brasileiro terá uma única de ver daguerreótipos, inclusive raras peças colorizadas e um calótipo (exemplar do processo positivo/negativo desenvolvido por William Henry Fox Talbot) da década de 1850, além de algumas obras do pictorialismo do final do século 19 e início do século 20. Entre os nomes de peso representando o século 20, estão fotografias de Cartier-Bresson, Brassaï e Man Ray e cartões de Marcel Duchamp, Salvador Dali e René Magritte.

Sobre a coleção Auer
A coleção adquirida ao longo de mais de 40 anos pela Fundação Auer, do casal Michel e Michéle Auer, é a maior coletânea particular de fotografias do mundo, contando atualmente com cerca de 50 mil imagens. Além da quantidade de obras, o que chama atenção nas peças coletadas pelo casal é o fato de elas representarem a história da fotografia como um todo, e não alguns períodos, como é comum em coleções particulares. “Nós não colecionamos fotos, e sim a história da fotografia”, afirmam, quando questionados sobre a abordagem da coleção. O casal, que se conheceu no início dos anos 1970 graças à paixão em comum pelo colecionismo fotográfico, decidiu unificar suas coleções no final década de 1980.

Passando a ser conhecido como M+M Auer, o acervo compreende obras produzidas de 1839 – ano em que Louis Daguèrre anunciou ao mundo a invenção de seu daguerreótipo e vendeu os direitos para o governo francês, o que constituiu o primeiro passo para a efetiva popularização da fotografia – até os dias de hoje. Além de fotos, integram também o conjunto 21 mil livros e catálogos; mais de 500 câmeras, desde modelos dos primórdios aos digitais; por volta de duas mil caricaturas, desenhos, telas, 50 cartazes, dois mil cartões postais, centenas de objetos publicitários, escritos, algumas jóias, esmaltados, porcelanas e silhuetas. 

Sobre os curadores da mostra
Eder Chiodetto é jornalista, fotógrafo e curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM-SP. Trabalhou 13 anos no jornal Folha de S.Paulo, onde exerceu a função de editor de fotografia. É autor do livro “O Lugar do Escritor” (Cosac Naify, 2002), um dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2004. No mesmo ano realizou, em parceria com a arquiteta Marta Bogea, a curadoria da exposição “Derivas”, na Galeria Vermelho. Em 2005 idealizou e organizou o ciclo de palestras FotoPalavra, no Itaú Cultural, ao qual se seguiu o lançamento da coleção de livros FotoPortátil (Cosac Naify, 2003), sob sua coordenação editorial. Realizou a curadoria da mostra “Veracidade”, no MAM-SP.

Elise Jasmin é historiadora especializada na análise dos fenômenos históricos e sociais através da imprensa e da fotografia. Sua tese de doutorado em história na Sorbonne sobre o cangaço recebeu o prêmio de melhor pesquisa científica do jornal Le Monde e foi publicada na França pela editora Presses Universitaires de France. A versão aumentada está sendo publicada no Brasil pela EDUSP, sob o título “Lampião, senhor do sertão. Vidas e mortes de um cangaceiro”. Ela publicou também “Cangaceiros”, um livro sobre a iconografia fotográfica do cangaço (Editora Terceiro Nome, 2006). Paralelamente às atividades de pesquisadora no Centre de Recherche Interdisciplinaire sur le Monde Lusophone (Universidade de Paris X, Nanterre), é curadora de exposições fotográficas e desenvolve trabalhos editoriais na área da fotografia.


SERVIÇO:
Exposição “Olhar e Fingir: Fotografias da Coleção Auer” – Grande Sala
Curadoria: Elise Jasmin e Eder Chiodetto 
Abertura: 22 de abril de 2009, a partir das 20h
Visitação: 23 de abril a 28 de junho de 2009
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3
tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$ 5,50
Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia.


Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 1,80 por 2h)

Imprensa MAM