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Os quatro novos elementos da tabela periódica, nomeados no ano passado, foram ratificados no dia 13 de julho, durante o 46º Congresso Mundial de Química da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), que está sendo realizado na cidade de São Paulo desde o dia 9 de julho. Os elementos 113, 115, 117 e 118 receberam os nomes de Nihonium (Nh), Moscovium (Mc), Tennessine (Ts) e Oganesson (Og), respectivamente, e estão alocados na sétima fila da tabela periódica desde janeiro de 2016.
A validação de novos elementos meses depois de serem descobertos é uma cerimônia padrão da IUPAC, porém, desta vez, a entidade deixou para fazer a ratificação no Brasil, durante a Assembleia Geral da IUPAC.

“Vejam que o país de vocês é muito afortunado, pois esta é a primeira vez na história que quatro elementos são nomeados ao mesmo tempo e a confirmação será no Brasil. Isso é o nosso presente para o 40º aniversário da Sociedade Brasileira de Química”, disse à Agência FAPESP Natalia Tarasova, presidente da IUPAC.

Descobrir, nomear e ratificar novos elementos químicos são eventos muito raros. “É um processo complicado. Antes destes quatro elementos, outro havia sido descoberto cinco anos atrás. Mas acredito que o próximo possa demorar a vir. Essa é a minha expectativa”, disse.

Para Tarasova, a necessidade de ratificar os novos elementos está na importância da descoberta e de todo o processo de nomeação e inclusão dos elementos na tabela periódica. “Isso acontece porque é um esforço científico muito grande. Esses grupos trabalharam por 10 ou 15 anos para encontrar novos elementos e para provar que de fato são novos elementos. Pois algumas vezes na história ocorreram erros: acreditaram se tratar de um novo elemento, mas na realidade era um isótopo”, disse.

Tarasova explica que existe um processo bem estabelecido para nomear novos elementos. O direito de dar o nome pertence aos descobridores. “Eles propõem o nome e existem comitês para checar se o nome soa bem em todos os idiomas do nosso planeta, se não há erro e então a assembleia geral o aprova”, disse.

Com isso, o elemento 113 recebeu o nome de Nihonium (Nh), proposto por cientistas do Instituto Riken, no Japão, que descobriram o novo elemento. O nome veio de Nihon, que é uma das duas maneiras de dizer Japão em japonês e que significa Terra do Sol Nascente.

“Os pesquisadores que descobriram o Nihonium conseguiram obter apenas três átomos deste elemento. Em 15 anos, apenas três átomos! Você pode imaginar isso? Três átomos e esse é o novo elemento", disse Tarasova.

O nome Moscovium (Mc) do elemento 115 é uma homenagem à cidade de Moscou, na Rússia, endereço do Joint Institute for Nuclear Research, onde os experimentos foram conduzidos. O nome Tennessine (Ts) do elemento 117 reconhece a contribuição da região do Tennessee, nos Estados Unidos, incluindo a do Laboratório Nacional Oak Ridge, da Universidade Vanderbilt e da Universidade do Tennessee em Knoxville.

Por fim, na sétima linha, e em consonância com a tradição de honrar um cientista, o nome Oganesson (Og) do elemento 118 foi sugerido pela equipe de descobridores do Joint Institute for Nuclear Research (Rússia) e Lawrence Livermore National Laboratory (EUA). Eles resolveram fazer uma homenagem e reconhecer o trabalho do físico nuclear Yuri Oganessian (nascido em 1933) por suas contribuições pioneiras em pesquisas no campo de síntese e estudo de novos elementos químicos.

Os quatro elementos são elementos sintéticos, não encontrados na natureza, e que só podem ser produzidos em laboratório. A existência deles é extremamente curta, o que tornou a tarefa de confirmação extremamente difícil.

Agência FAPESP