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No início do semestre, a Universidade Feevale recebeu pesquisadores da University of Southern Denmark (SDU), ocasião em que foram dados os primeiros passos para um projeto conjunto na área da qualidade ambiental, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (Proppex). A visita foi retribuída no último mês, quando o professor José Galizia Tundisi, do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental da Feevale, foi até a Dinamarca para o networking Water quality sensing platforms for ecological management of urban rivers, financiado pelo governo dinamarquês.
O projeto de pesquisa a ser realizado pelas duas instituições focará no desenvolvimento de uma plataforma de monitoramento de água, em tempo real, com a utilização de parâmetros físicos, químicos e biológicos de forma conjugada, também chamado de Real Time Monitoring System. Uma tecnologia desenvolvida no Brasil poderá ser colocada à disposição da comunidade científica e do poder público a preços mais competitivos já que, hoje, equipamentos semelhantes precisam ser importados. Será uma inovação tecnológica, com potencial de patente e amplo mercado consumidor.

No período em que permaneceu no país nórdico, Tundisi visitou os laboratórios da SDU, discutiu detalhes sobre o projeto em construção e participou de atividades de networking com o grupo de nanotecnologia da instituição. O professor ministrou, ainda, um seminário sobre como as mudanças climáticas causam variações nas propriedades da água, visitou projetos e estações de tratamento de água na cidade de Sønderborg, bem como participou de um evento sobre disseminação científica.

Como resultado da visita, está sendo composta uma proposta de projeto envolvendo a Universidade Feevale, a SDU, o Instituto Internacional de Ecologia, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e empresas. A SDU tem amplo conhecimento em sensores biológicos; a Feevale, em qualidade da água e virologia (por meio do professor Fernando Spilki); já o Instituto Internacional de Ecologia e a UFSCar possuem plataformas de sensores físico-químicos.

De acordo com o professor Tundisi, os parâmetros que utilizamos, atualmente, no Brasil, para analisar a água, já não têm sido suficientes para determinar todas as alterações e as mudanças físico-químicas pelas quais as nossas águas vêm passando. “Nesse sentido, o projeto em parceria com a Dinamarca nos trará uma tecnologia mais avançada de monitoramento, fortalecerá a internacionalização da Feevale e acelerará o intercâmbio entre as duas instituições”, afirma. “Serão combinadas as especialidades de ambos os países em áreas do conhecimento diferentes, que resultarão em soluções interdisciplinares para problemas da sociedade”, afirma Roana de Oliveira Hansen, professora da University of Southern Denmark.

Sobre as áreas de pesquisa das duas universidades

A  University of Southern Denmark produz sensores eletrônicos de detecção de matéria orgânica (bactérias e outros) em meios fluidos, no departamento NanoSYD do Instituto Mads Clausen. A universidade dinamarquesa tem interesse em ampliar essa tecnologia, em parceria com um país em desenvolvimento, para a utilização na área ambiental. Hoje, no país europeu, esse método é utilizado para monitoramento de qualidade na área alimentícia.

Já a Universidade Feevale, por meio do programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, é referência no estabelecimento de plataformas urbanas de avaliação da qualidade da água dos rios e em planos de gestão para melhorar a qualidade e recuperação da água. Um projeto em conjunto entre os dois países poderá disponibilizar à sociedade sistemas inteligentes integrados para monitoramento dos rios, por meio de microequipamentos eletrônicos para detecção de bactérias e outros materiais orgânicos nas águas dos nossos rios. Os dados coletados poderão abastecer os poderes públicos e auxiliar na elaboração de políticas públicas para o tratamento das nossas águas.

Sobre o professor José Galizia Tundisi: mestre em Oceanografia pela Universidade de Southampton e doutor em Biologia (Botânica) pela Universidade de São Paulo. Trabalha em programas de pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, e da Universidade Feevale, Rio Grande do Sul. É presidente do Instituto Internacional de Ecologia e Meio Ambiente (IEE), membro da Academia Brasileira de Ciências e do Instituto de Ecologia - Excelência em Ecologia (Alemanha) e foi presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É especializado em ecologia e limnologia, com ênfase na gestão da recuperação de ecossistemas aquáticos, tendo trabalhado como consultor em 40 países nas áreas de limnologia, gestão de recursos hídricos, recuperação de lagos e reservatórios.