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O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, o mais bem equipado do país, vai ampliar sua capacidade de análise. O centro de pesquisas monitora em tempo real dados de 30 estações sismográficas espalhadas pelo território brasileiro responsáveis por colher dados sobre tremores de terra. Até o final do ano, outras 20 estações serão instaladas em vários pontos do país. A expansão é resultado de políticas de modernização de companhias elétricas parceiras do Observatório: Itaipu, CEMIG, Furnas Centrais Elétricas, CEMIG e Eletronorte.
As estações sismográficas funcionam por meio de sensores instalados no solo. Eles são equipados com molas e acompanham movimentos do solo. São usados por empresas geradoras de energia para detectar como abalos sísmicos afetam estruturas de barragens, por exemplo. Essas informações são enviadas na forma de dados digitais para o observatório da UnB.

Na central computadorizada que colhe os registros, os pesquisadores criam gráficos para calcular a magnitude do evento. Expressa pela escala Richter, a magnitude determina a quantidade de energia liberada num abalo sísmico. A escala é representada por uma progressão logarítmica: o aumento de um ponto representa que a energia liberada ampliou em 10 vezes. O observatório da UnB tem mais de 40 anos. É o mais antigo e bem equipado centro de pesquisa do país que trabalha com a detecção do tremores. Outros centros estão localizados na Universidade de São Paulo e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Uma parceria com o Ministério das Comunicações vai disponibilizar para o Observatório 17 novos canais de satélite. "A modernização vai resultar em maior eficiência e velocidade de resposta do observatório a eventos sísmicos", comemora o professor Lucas Barros, chefe do Observatório.

No caso do terremoto no Japão, a UnB detectou reflexos no solo brasileiro cerca de 20 minutos depois do seu início. O Observatório Sismológico compartilha informações com a rede mundial de pesquisa Global Sismology Network. Segundo o professor Lucas, as informações colhidas nas estações permitem conhecer detalhes de um tremor no momento em que ele ocorre, mas não é possível prever com precisão quando um fenômeno como esse irá acontecer. “A tecnologia disponível atualmente permite apenas detectar os reflexos do tremor no momento e após o abalo”, explica. “A origem dos terremotos está a quilômetros de profundidade, em uma região inacessível”. No caso do terremoto do Japão, o centro do abalo estava a 24 quilômetros abaixo da superfície.

O observatório estuda pequenos tremores que acontecem no Brasil. “A região de Goiás e Tocatins produz constantemente eventos desse tipo”, explica o especialista. “Os tremores no Brasil são menos intensos, pois decorrem apenas da acomodação de camadas da própria crosta terrestre e não do atrito entre placas”. A magnitude de um tremor do Brasil nunca ultrapassou o valor de 6, que é suficiente para causar estragos em uma cidade com casas de má qualidade. No ano passado, o observatório detectou um tremor com epicentro na cidade goiânia de Mara Rosa, que chegou a 4,5 na escala Richter. Saiba mais aqui.

O observatório também mede intensidade de tremores. A intensidade varia com a distância da origem do tremor. “O terremoto do Japão, por exemplo, chegou aqui com intensidade 1, pequeno demais para ser percebido”, explica. Acima desse valor, a intensidade dos tremores é mensurada a partir de questionários aplicados a população dos locais atingindos.

UnB Agência