Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
O Brasil deverá contar com a colaboração argentina na construção de uma nova fonte de luz síncrotron. Os ministros da Ciência e Tecnologia dos dois países, Aloizio Mercadante e Lino Barañao, assinaram, em 31 de janeiro, em Buenos Aires, um memorando de entendimento que prevê o desenvolvimento conjunto de projetos nas áreas de física de aceleradores, linhas de luz e estações experimentais do novo equipamento que será instalado no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP). Segundo o LNLS, os argentinos são os principais usuários estrangeiros do laboratório, responsável pela operação da única fonte de luz síncrotron da América Latina, aberta a pesquisadores de todo o Brasil e de outros países em 1997.
A nova fonte, de chamada terceira geração, deverá as oportunidades de investigação em áreas como de nanociências, nanotecnologia, biologia molecular e estrutural, materiais avançados e energia alternativa.

“O LNLS permitiu que setores da comunidade científica argentina tivessem acesso a equipamentos indispensáveis à investigação experimental competitiva e de qualidade. Até então, as alternativas eram limitadas. Hoje, essa comunidade cresceu e existe uma necessidade ainda maior de uso desse tipo de instrumento”, disse Felix Requejo, investigador principal do Instituto de Investigações Físicoquímicas, Teóricas e Aplicada do Conselho Nacional de Investigações Científica e Técnicas (Conicet) da Argentina.

O memorando de entendimento assinado em Buenos Aires prevê intercâmbio de pesquisadores, desenvolvimento tecnológico conjunto e a constituição de um grupo de trabalho para coordenar e avaliar o progresso dessas atividades.

A nova fonte brasileira de luz síncrotron, denominada Sirius, deverá operar com energia de 3 GeV (bilhões de elétrons-volts), o que lhe conferirá um desempenho no nível dos maiores síncrotrons do mundo, como o Diamond, da Inglaterra, o Soleil, da França, ou o National Synchrotron Light Source, nos Estados Unidos.

Segundo Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS, o acordo abre a possibilidade de que a Argentina também contribua no financiamento da nova fonte e abre perspectivas para a participação ativa de outros países da América Latina.

Além dos argentinos, pesquisadores de Cuba, Colômbia, Chile e México utilizam o LNLS para a realização de investigações científicas.

“Com essa iniciativa, o Brasil consolida posição de liderança na ciência latinoamericana, facilitando o acesso a equipamentos de pesquisa avançada que não estão disponíveis nesses países”, diz Walter Colli, diretor geral da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron – organização social responsável pela gestão do LNLS – e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.

Mais informações: www.lnls.br

Agência FAPESP