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Uma pesquisa feita na Virginia Commonwealth University (VCU), nos Estados Unidos, mostrou que a combinação da doxorrubicina, uma poderosa droga anticâncer, com o citrato de sildenafil (comercializado como Viagra), aumenta a eficácia do primeiro no combate contra tumores de próstata ao mesmo tempo em que protege contra eventuais danos ao coração. A doxorrubicina é usada há mais de 40 anos em quimioterapia para tratar diversos tipos de câncer. Mas, apesar da eficácia clínica da droga, seu uso está associado com danos ao coração, que muitas vezes são manifestados mesmo anos após o fim do tratamento, apontam os autores do estudo.
Por conta disso, diversos grupos de pesquisa têm buscado uma solução para proteger o sistema cardiovascular contra a toxicidade associada à doxorrubicina.

Em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição on-line da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, Rakesh Kukreja, diretor científico do Pauley Heart Center da VCU, e colegas descrevem o sildenafil como alternativa potencial para o problema.

Os cientistas realizaram uma ampla variedade de experimentos in vitro e in vivo (com camundongos) e verificaram que a combinação das duas drogas aumentou significativamente a geração de oxigênio reativo que dispara a apoptose (morte célular) em células de tumores de próstata.

Também observaram que a mistura não atingiu células epiteliais normais e saudáveis no órgão. “Acreditamos que o sildenafil pode ser um candidato excelente para protocolos de tratamento de câncer, com o potencial de aumentar a eficácia antitumoral ao mesmo tempo em que protege o coração contra danos de curto e de longo prazo promovidos pela doxorrubicina”, disse Kukreja.

Após o sucesso com experimentos com animais, o grupo pretende iniciar em breve testes clínicos da combinação, para verificar a eficácia em humanos com câncer.

O artigo Sildenafil increases chemotherapeutic efficacy of doxorubicin in prostate cancer and ameliorates cardiac dysfunction (doi: 10.1073/pnas.1006965107), de Rakesh C. Kukreja e outros, pode ser lido por assinantes da PNAS.

Agência FAPESP