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Large Hadron Collider (LHC)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - “Pela primeira vez na história da ciência um próton se chocará com outro próton no maior acelerador de partículas do mundo: o LHC, que vai inaugurar uma nova era, varrendo quase toda a Física Experimental das Interações Fundamentais da natureza”, declarou o físico brasileiro Alberto Santoro, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O entusiasmo do pesquisador reflete a empolgação de físicos de vários países que estão fazendo a contagem regressiva para o funcionamento do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas construído no Centro Europeu de Física de Partículas (CERN). 
A data de inauguração do acelerador foi marcada para 21 de outubro, com a presença de presidentes e ministros de Estado da Europa e de outros países que participaram da experiência, mas no dia 10 de setembro acontecerá o primeiro choque de prótons. “É um momento de grande excitação no mundo da ciência e as expectativas estão presentes em cada cientista que participa desta nova era inaugurada pelo LHC no início deste Século XXI”, completou o físico brasileiro.  

Construído durante duas décadas, com a colaboração e o compartilhamento do conhecimento de cientistas de 181 institutos de pesquisas de diversos países, o LHC é um instrumento científico de última geração. Trata-se, basicamente, de um acelerador de prótons com 27 km de comprimento, situado a 100 metros abaixo da terra, numa região localizada entre a França e a Suíça. 

O LHC é formado por mais quatro experimentos: ALICE (A Large Íon Collider Experiment), LHCb (LHC Beauty), ATLAS (A Toroidal LHC Apparatus), e CMS (Compact Muon Solenoid). O principal objetivo dos experimentos é investigar o infinitamente pequeno e também o infinitamente grande. “Embora ainda estejamos muito longe da suposta grande explosão que teria dado origem ao Universo que conhecemos, estamos dando mais um passo importante no caminho de aproximação de algumas das condições de então, ao realizarmos experiências nas energias do LHC”, disse Santoro na expectativa de muitas surpresas e nas possibilidades geradas pelo acelerador para aumentar o conhecimento da natureza.

Apoio do CNPq
“O Brasil não está fora desta nova era da ciência”, declarou Alberto Santoro, que é coordenador do grupo da UERJ no Compact Muon Solenoid LHC/CERN. Os físicos brasileiros, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), estão envolvidos nos quatro experimentos desde a década de 1990. “O CNPq apóia a participação de pesquisadores brasileiros nos experimentos do CERN entendendo que eles contribuem para o avanço da ciência e para a formação de cientistas de alto nível. Por exemplo, de 1999 a 2004, a agência pagou 100 mil francos suíços por ano para a construção do equipamento referente ao experimento ATLAS. Foram ao todo R$ 1,2 milhão. Além disso, temos apoiado os grupos de pesquisa que participam dessa colaboração oferecendo bolsas para Doutorado Sanduíche com duração ampliada para dois anos”, disse o diretor de Programas Horizontais e Instrumentais do CNPq, José Roberto Drugowich.

A participação dos brasileiros envolve pesquisadores, professores, estudantes de universidades e institutos de pesquisa do Brasil. Atualmente, o grupo de física nuclear da USP participa do experimento ALICE, os físicos e engenheiros do CBPF e UFRJ, do LHCb, os grupos da UFRJ e COPPE, do CMS, e os grupos do CBPF, UERJ, UNESP, UFRGS e CEFET, do ATLAS.  

Conhecendo o CERN
O CERN é um laboratório internacional que reúne Pesquisa, Educação e Tecnologia de forma integrada. Na educação são realizados estágios para estudantes de todos os níveis, escolas de verão e outras atividades que complementam a Escola e dão início à profissionalização do estudante. Na área da tecnologia, várias metodologias são desenvolvidas para que o conhecimento novo adquirido retorne à sociedade, transformado em produto comercial. “Isto quer dizer que é absolutamente necessário manter estas três vertentes para manter a qualidade da pesquisa fundamental”, disse o físico Santoro.

Para assegurar a participação de pesquisadores brasileiros nos projetos e programas de pesquisa em desenvolvimento no CERN, o CNPq assinou um convênio de cooperação com o centro em setembro de 2006. O convênio prevê a participação de pesquisadores brasileiros nos quatro experimentos e no projeto de banco de dados e rede de processamento do LHC, por meio da assinatura de protocolos específicos. Os últimos protocolos foram assinados em maio de 2008 para participação de pesquisadores vinculados a institutos e universidades brasileiras participarem dos experimentos do CERN e para participação e treinamento de estudantes brasileiros.

Assessoria de Comunicação Social do CNPq