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tsunami-2009O grande terremoto que provocou um tsunami responsável pela morte de 192 pessoas em Samoa, em setembro de 2009, não foi um, mas três. Segundo pesquisa publicada na edição desta quinta-feira (19/8) da revista Nature, as ilhas da Polinésia foram atingidas por um golpe triplo. O terremoto de magnitude 8,1 na escala Richter, que foi detectado, escondeu outros dois, quase tão fortes quanto o primeiro. Os outros terremotos, de acordo com Keith Koper, da Universidade de Utah, e colegas, foram disparados pelo primeiro, tendo ocorrido dois minutos depois e atingido 7,8 graus na escala Richter.
“Achávamos que fosse apenas um terremoto. Mas, ao analisar os dados registrados do evento, verificamos que foram três grandes terremotos. Os dois que ficaram escondidos pelo primeiro foram responsáveis por parte dos danos e das gigantescas ondas”, disse Koper.

Em termos de liberação de energia, segundo o estudo, os dois terremotos de 7,8 graus somados representaram a energia liberada por um terremoto de 8 graus. Ou seja, estiveram longe de ser apenas os tradicionais choques posteriores a um grande evento sismológico.

O terremoto triplo gerou ondas com alturas variadas dependendo da área atingida, mas que em alguns pontos chegaram a quase 15 metros acima do nível do mar.

“Os três contribuíram para o tsunami, principalmente os dois seguintes”, disse Koper. Os terremotos tiveram origem entre 14 e 19 quilômetros de profundidade. O primeiro durou 80 segundos. O segundo começou entre 49 e 89 segundos e, o terceiro, de 90 a 130 segundos após o primeiro.

Os cientistas decidiram investigar o fenômeno que provocou o tsunami em Samoa após a identificação de inconsistências nos sismogramas. “Simplesmente não conseguimos entender como um terremoto poderia produzir tais leituras. Sabíamos que havia algo de estranho, mas levamos meses para descobrir o que era”, disse Koper.

O artigo The 2009 Samoa-Tonga great earthquake triggered doublet (doi:10.1038/nature09214), de Keith Koper e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Agência FAPESP