A biblioteca do IGc tem uma mapoteca com cerca de 6.500 mapas em diferentes escalas, com foco em mapas geológicos, além de alguns topográficos e de apoio - recursos minerais, vegetação, solo etc.. "Enquanto os mapas topográficos mostram o relevo, aquilo que está na superfície e é visto a olho nu, o mapa geológico mostra o que está embaixo da superfície, o que não se vê, como tipos de solo, aquíferos, formação mineral e características geológicas", explica Érica Moreschi de Oliveira, diretora da biblioteca do IGc.
Todo esse acervo já está digitalizado, e a informação sobre os mapas disponíveis pode ser consultada de qualquer lugar do mundo por meio do banco de dados do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBiNet). Para visualizar os mapas, no entanto, devido a questões de direitos autorais, é preciso ir até a mapoteca.
Modernização
Essa modernidade toda é fruto de um intenso trabalho que começou no final de 2004 e levou cerca de quatro anos para ser concluído. O processo envolveu a equipe da própria biblioteca do IGc; ajuda de estagiários alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP; assessoria de docentes e alunos de pós-graduação do IGc; além de uma parceria com o departamento de informática do Instituto e apoio do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBiUSP).
A primeira etapa do processo de modernização da mapoteca do IGc foi o levantamento do material disponível e a triagem qualitativa, retirando mapas que não eram do interesse da biblioteca ou que estavam repetidos. "O acervo estava muito heterogêneo. Por exemplo, havia uns 15 mapas topográficas de São Roque. Hoje a mapoteca é especializada em geologia", conta Maristela Prestes Severino, funcionária mais antiga, que trabalha há 30 anos na biblioteca e participou de todo o processo de modernização da mapoteca.
A fase seguinte foi de digitalização de todos os mapas, para evitar o manuseio e a deterioração, seguida pela catalogação de todo esse material em um banco de dados interno, que pode ser acessados pelos computadores da própria biblioteca do IGc.
Na sequência, também houve um processo de integração chamado Projeto Mapear, em que funcionários de várias bibliotecas estudaram a melhor forma para inserir seus mapas no catálogo online das bibliotecas da USP (Dedalus), incluindo aspectos como escala, tipo de mapa e nomenclatura. Participaram, por exemplo, os Departamento de Geografia e Filosofia da FFLCH; o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférias (IAG); o Instituto Oceanográfico (IO); e o Centro de Biologia Marinha (CeBIMar).
Agora, já é possível pesquisar o que os mapas disponíveis no acervo de todas essas bibliotecas de qualquer lugar do mundo, via internet.
Acervo Geológico
O acervo da mapoteca do IGc começou a ser formado junto com a própria biblioteca da unidade, a partir de 1971. Alguns artigos foram comprados e outros são doações. O objetivo é ter 100% do material geológico do estado de São Paulo, tudo o que for possível da região Sudeste, além de outras áreas de acordo com a demanda dos pesquisadores, explica a diretora.
"Até aguns anos atrás, as empresas de recursos minerais tinham condições de produzir vários exemplares desses mapas, mas hoje não há a mesma capacidade de reposição do material", conta Maristela. Ela explica que, hoje, quem produz os mapas são instituições como a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), o o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. (Emplasa), e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Os alunos do curso de geologia começam a utilizar os mapas a partir do terceiro ano da graduação, quando têm uma disciplina que estuda mapas. A mapoteca do IGc também é procurada por alunos e pesquisadores da geografia, engenharia, e mesmo o público de fora da USP.
Os mapas impressos também estão disponíveis para consulta no local, mas não podem ser emprestados, devido aos direitos autorais. A comunidade do IGc pode ter acesso a uma versão digitalizada dos mapas por meio de um formulário de justificativa assinado por um professor responsável. A comunidade externa pode fazer fotos digitais dos mapas ou tirar cópias, pagando de acordo com a metragem, desde que justifique o motivo da pesquisa.
Maristela lembra que o IBGE já disponibiliza vários de seus mapas em seu site e faz um alerta: "Recebemos muitos telefonemas pedindo folhas do interior do Estado na escala 1 para 10 mil. Quem detém esses mapas nessa escala é o Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC)".
Serviço
A mapoteca do IGc funciona de 2a a 6a feira, das 8 às 22 horas, no andar superior da biblioteca do IGc. Endereço: Rua do Lago, 562, Cidade Universitária. Mais informações pelo telefone 3091-4139 ou no site da mapoteca.