
Para alguns, trata-se apenas de mais um australopiteco. Mas, para outros, o A. sediba seria forte candidato o ancestral imediato do gênero Homo.

Os fósseis, de um macho jovem e de uma fêmea adulta, foram depositados em um mesma faixa sedimentar e, segundo os cientistas, em momentos (morte) próximos.
O formato avançado da pelve e dentes pequenos são algumas das características que tornam o A. sediba forte candidato a ancestral direto do gênero Homo. Segundo Berger, a nova espécie compartilha mais características com os primeiros Homo do que qualquer outras espécie de australopiteco descoberta até o momento.
A espécie tinha postura ereta teria sido capaz de correr como um humano, de acordo com a análise feita. Tinha também braços longos, característicos dos australopitecos.
“Estimamos que eles tinham cerca de 1,27 metro, embora a criança certamente teria crescido mais. A fêmea pesava em torno de 33 quilos e, o macho, 27 quilos. Os cérebros são pequenos, quando comparados com o cérebro humano, mas seu formato aparenta ser mais avançado do que os dos australopitecinos”, disse Berger.
Os esqueletos parciais foram preservados grudados em um sedimento duro como concreto e exigiram quase dois anos de trabalho para serem extraídos e examinados. Análises e datações comparativas foram feitas em laboratórios na Suíça e na Austrália.
Os registros foram encontrados em uma caverna junto com fósseis de pelo menos 25 espécies de animais, entre as quais um tigre dente-de-sabre, hienas, cães selvagens, antílopes e um cavalo. Pela quantidade de animais, os cientistas sugerem que o local poderia ter funcionado como uma armadilha natural para aqueles que procuravam água.
Uma curiosidade é que o primeiro fóssil, um dos crânios, foi encontrado pelo filho de Berger, Matthew, então com 9 anos, que acompanhava o pai em uma expedição ao local.
Os artigos Australopithecus sediba: a new Species of Homo-like Australopith from South Africa (doi: 10.1126/science.1184944) e Geological setting and age of Australopithecus sediba from Southern Africa (doi: 10.1126/science.1184950), de Lee Berger e outros, podem ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
Agência FAPESP