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Um campo de atuação que já vem sendo firmado há alguns anos ganha agora formação profissional especializada. A Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP seleciona, já no vestibular da Fuvest 2011, 30 alunos para seu novo curso: licenciatura em educomunicação. O mercado de trabalho para o detentor deste diploma é múltiplo, mas engloba dois ramos principais. Trabalhando nas escolas, para a educação básica, especialmente o ensino médio, e no terceiro setor, ele poderá atuar como professor de comunicação ou consultor para projetos pedagógicos que envolvam qualquer uma das mídias: rádio, TV, jornal, internet, cinema. E trabalhando nas próprias empresas de mídia, ele será produtor ou consultor para projetos educacionais.
Para o professor Ismar Soares, chefe do Departamento de Comunicações e Artes da ECA, a comunicação é um processo transversal a todas as ações humanas, e as crianças e jovens precisam aprender desde cedo a se relacionar com as mídias de maneira a tirarem o melhor proveito delas. Além disso, ao colocar este público como produtor de mídia, fornecendo uma “alfabetização midiática” – como já fazem diversos projetos em ONGs e escolas públicas –, trabalha-se com um paradigma educacional em que o aluno é o ator principal de um conhecimento mais diretamente relacionado ao seu cotidiano. “Tal perspectiva é benéfica na construção da auto-estima destes jovens, sua leitura do mundo, articulação e expressão. Facilita ainda a gestão de suas próprias vidas e a relação com a comunicação e o ambiente”.

Formação
Ismar explica que a importância de uma graduação na área é que ela vai formar um especialista na interface entre o ensino e a comunicação, processo cujo preparo é complexo o suficiente para exigir mais do que um curso de extensão ou oficinas, que já existiam inclusive dentro da própria ECA. “As experiências realizadas com a separação rígida dos dois campos de atuação – educadores e professores – foram malsucedidas. Um exemplo é boa parte da TV educativa produzida até os anos 1980: chata, inadequada”, conta.

Segundo o docente, dos anos 1990 em diante é que essa área de trabalho interrelacionada emerge com mais força em todo mundo, incluindo a América Latina, como identificou uma pesquisa realizada no Núcleo de Comunicação e Educação da ECA de 1997 a 1999 – e que foi um dos embasamentos para a criação do curso. Como exemplos, temos os canais de televisão Futura e Discovery Channel; a Associação Cidade Escola Aprendiz; o Instituto Ayrton Senna, e a Revista Viração, entre outros. “Estes profissionais já existiam há algum tempo, com um referencial teórico e metodológico comum, se reconhecendo como autodidatas. A ECA não inventou a educomunicação, apenas demos um nome ao que já se fazia.” Antes da criação do curso de graduação, aliás, a Escola já era referência na área, oferecendo assessoria e consultoria para órgãos públicos como prefeituras municipais e o próprio Ministério da Educação.

É preciso ressaltar que a formação para educomunicador não habilita o profissional a atuar como jornalista, relações públicas, publicitário ou em outras áreas profissionais da comunicação. Muitas delas têm regulamentação própria e exigências legais para o seu exercício, necessitando, portanto, formação específica. Porém, ele deve conhecer todos os processos da comunicação e da educação em sua profissão.

Ingresso
Por se tratar de uma nova carreira, entre as 200 que a USP já oferece, a admissão se dá exclusivamente através do vestibular, via Fuvest.

As informações sobre inscrição e provas serão divulgadas no Manual do Candidato Fuvest 2011, disponível para consulta no site www.fuvest.br a partir de 2 de agosto.

O curso oferecerá 30 vagas no período noturno, e terá a duração de quatro anos. Mais informações podem ser obtidas no site www.cca.eca.usp.br/educom.

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