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Eles eram gigantes e habitaram o nosso planeta há mais de 200 milhões de anos. Mas, apesar de tanto tempo depois de sua extinção, os dinossauros continuam aguçando a curiosidade de muita gente, principalmente a das crianças. Pensando nisso, o geólogo Mauro Cesar Geraldes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), está organizando a exposição “Cabeça Dinossauro”, prevista para o período de 2 a 15 de abril, no campus Maracanã da universidade (Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã).
Na mostra, estarão expostas cerca de 20 réplicas de cabeças de dinossauros, de diferentes espécies. Entre elas, a da ossada de um saurópode, caracterizado por seu corpo enorme, com um pescoço muito comprido que terminava em uma pequena cabeça, de tamanho desproporcional ao corpo. Habitava toda a extensão central do Brasil, desde o Maranhão, no nordeste, até a porção mais austral da Patagônia argentina, há mais de 80 milhões de anos. Da mesma época, a réplica da ossada de um abelissauro, encontrado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, também será exposta. O projeto recebeu subsídios da FAPERJ por meio do edital de Apoio à Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro.

Geraldes usou dois critérios para selecionar as réplicas para a mostra. Um deles foi a “feiura”. “Escolhi os mais feios porque são os que parecem mais ferozes e chamam mais a atenção do público. E também aqueles que habitavam regiões brasileiras”, explica. Para o pesquisador, o maior objetivo dessa exposição é a divulgação científica sobre os dinossauros no Brasil e na América do Sul. Para isso, foram criados ambientes que apresentam composição de espécies que, em sua maioria, viveram em um mesmo habitat do território brasileiro e foram contemporâneas.

“Hoje, a ideia que se tem é a de que os dinossauros eram comuns na América do Norte, Europa, África e até na Ásia, mas raros em nossas terras. Isso é um grande equívoco, pois a região do Crato, no nordeste do Brasil, Uberaba, no noroeste de Minas Gerais, e a província de Rio Negro, na Patagônia argentina, estão entre os maiores e mais representativos sítios fossilíferos do mundo”, diz Geraldes. Para comprovar a importância do território brasileiro no estudo dos dinossauros, ele lembra que o único exemplar praticamente intacto da espécie Tapuiasaurus macedoi, com 28 metros de comprimento encontrado no mundo foi achado na região nordeste de Minas Gerais e trazido a público em 2012.

Entre as atrações da exposição, estarão 20 réplicas de cabeças de diversas espécies de dinossauros, além da reconstituição das ossadas de corpo inteiro de um saurópode e de um abelissauro. Para que o público tenha acesso às informações e dados sobre cada dinossauro exposto, junto a cada réplica haverá painéis informando sobre o tempo geológico em que viveu, com descrições sobre o ambiente em que habitou. “Assim, os visitantes poderão ter uma ideia de como era o habitat de cada espécie. Todos estão convidados a conhecer de perto esses dinossauros brasileiros”, afirma Geraldes.

Todas as peças estão sendo esculpidas com resina especial para permitir que, além de resistentes, não fiquem tão pesadas. “Cada uma das réplicas de ossada pesará de 300 a 400 quilos, em contraponto com as muitas toneladas dos dinossauros originais”, diz o geólogo. "A reconstituição de cada um deles foi baseada em trabalhos de anatomia e osteometria para possibilitar que os escultores os criassem o mais próximo possível do que se conhece a respeito dos dinossauros", detalha.