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Notícias do Campus
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André Barros Togawa, de 22 anos é estudante de Engenharia Mecânica da UnB. No mês que vem, ele inicia uma jornada de um ano na Universidade da Califórnia, em San Diego. Ele terá contato com disciplinas como programação, materiais e aeronáutica, tudo relacionados com o que pretende desenvolver no seu regresso ao Brasil, Engenharia Aeronáutica. “Quero abranger tudo o que puder em mecânica. Mas sei que quando voltar, quero trabalhar para ajudar a desenvolver a região Centro-Oeste”, explicou André, que vai pela primeira vez aos Estados Unidos.
André é um dos 1.500 primeiros estudantes de graduação de todo o país que participam do programa Ciência sem Fronteiras, que pretende oferecer até 101 mil bolsas de estudo para graduação e pós até 2014, ao custo estimado de R$ 3,5 bilhões. O lançamento foi feito nesta terça-feira, 13 de dezembro, pela presidente Dilma Rousseff. “Posso dizer que este é um dos grandes programas do meu governo porque abrirá o Brasil para o mundo”, afirmou Dilma. Ela disse ainda que pretende diminuir a desigualdade social que a história excludente do Brasil produziu. “Com parceria, dedicação e formação, vamos continuar conduzindo o Brasil para o desenvolvimento de todo o seu potencial”.

O Ciência sem Fronteiras é realizado de forma conjunta pela CAPES e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério da Educação. Além da apresentação dos primeiros 1.500 estudantes que irão aos EUA, foi lançado hoje o edital para que outros 12,5 mil possam aprender em universidades do Reino Unido, da Alemanha, da Itália e da França. O prazo para inscrições poderão ser feitas até o dia 15 de janeiro. Para que essas oportunidades fossem abertas, desde julho deste ano, equipes do MCTI e MEC estabeleceram negociações com empresas, universidades e corpos diplomáticos dos países envolvidos. A previsão do MEC é que os estudantes selecionados estejam nos países de destino em março de 2012. Todas as informações sobre os editais e o programa podem ser acessadas aqui.

“Não se trata de um programa entre universidades, mas um compromisso com os nossos melhores alunos que queiram estudar em universidades de excelência do mundo”, afirmou Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, durante a cerimônia realizada no Palácio do Planalto. Serão concedidas bolsas de graduação, doutorado-sanduíche, doutorado integral, pós-doutorado, jovens cientistas de grande talento e pesquisadores visitantes. Nesta primeira chamada, as bolsas serão disponibilizadas na modalidade graduação-sanduíche nos Estados Unidos.

Para receber a bolsa, os alunos passam por seleções da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e das universidades que os receberão e de qualificações no idioma, além das notas do Enem ou do vestibular e do seu curso de graduação. “A diferença entre um país desenvolvido em termos educacionais é a garantia de educação para todos aqueles que queiram se educar”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele destacou que pela primeira vez o Brasil organiza um programa para a democratização e internacionalização do ensino. “Temos cuidado da educação desde a creche até a pós-graduação”, garantiu.

André e outros nove selecionados estiveram na cerimônia do Palácio do Planalto para representar a primeira leva de estudantes que irão para o exterior. Gleison Veras, 19 anos, aluno de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Piauí, terá sua primeira experiência fora do país, na Clemson University, na Carolina do Sul. “Meu interesse é em tecnologia da informação, especificamente em automação e controle industrial”, explicou. Sua a preferência se encaixa nas áreas estratégicas escolhidas pelo governo, que pretende formar pesquisadores de excelência em ciências básicas, tecnologias e engenharias.

Os alunos terão direito a alojamento e refeições oferecidos pela universidade estrangeira, uma mensalidade no valor de 870 dólares, passagem área de ida e volta e seguro saúde. Todos os alunos receberão um laptop e o programa pretende criar uma rede social para a troca de experiências entre os participantes. Para romper a barreira do idioma, também serão oferecidos cursos online e presenciais durante o verão.

PROGRAMA – No total, 101 mil bolsas devem ser oferecidas, sendo 75 mil do Governo Federal – 40 mil da CAPES e 35 mil do CNPq – e outras 26 mil de responsabilidade do setor privado. Os presidentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Petrobras, Eletrobras e Vale estiveram presentes para firmar o compromisso com o programa (ver tabela). Outras empresas cujos acordos estão em fase de conclusão são British Gas, SAAB, Boeing, Portugal Telecom e Telecom Italia. A partir de março de 2012, outros países como Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal, Austrália, Canadá, Suécia, Coreia, China, Índia e Japão devem passar a integrar o programa.

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Também há o objetivo de atrair cientistas estrangeiros para o Brasil por meio de outros dois editais. O primeiro pretende atrair e estimular a fixação de jovens pesquisadores residentes no exterior. O segundo buscará fomentar a cooperação internacional visando o fortalecimento das pesquisas em temas prioritários por meio de parcerias com lideranças internacionais.

REITORES – Antes da cerimônia, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com quase 50 reitores, membros da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Foi a primeira vez que Dilma se encontrou com o grupo, retomando uma prática utilizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em pauta estava o futuro das universidades brasileiras.

Durante o encontro, a Andifes apresentou à presidente 18 itens referentes às suas principais propostas. Trata-se de um resumo dos seminários que a instituição vem realizando para fomentar a formação cidadã, o aumento de vagas na graduação, a ampliação de políticas de inclusão, entre outros. Segundo o presidente da Andifes, João Luiz Martins, a presidente concordou com as aspirações sugeridas e destacou a importância estratégica das universidades federais. A presidente reconheceu ainda a necessidade da formação de professores para a melhoria do ensino no país e de valorização salarial da categoria.

UnB Agência