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Notícias do Campus
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Representantes de universidades do Centro-Oeste concluíram que programas de extensão ainda têm muito que melhorar para cumprir o papel de integração entre a academia e a comunidade. O debate ocorreu durante o III Seminário de Extensão Universitária da Região Centro-Oeste (Serex). Entre os principais problemas identificados, estão o precário sistema de acompanhamento das ações implementadas, a falta de intercâmbio de informações entre as instituições de ensino, o pouco incentivo à participação de professores e estudantes na execução dos projetos, além da reduzida troca de conhecimentos entre os pesquisadores e os cidadãos amparados.
Os programas de extensão são criados para auxiliar a comunidade, transferir conhecimento aos participantes, reduzir a disparidade social, mas também têm o objetivo de tornar a comunidade uma fonte de informações que podem embasar estudos e pesquisas. “Darcy Ribeiro já dizia que a universidade era o útero da burguesia. Os pesquisadores devem aprender mais com os cidadãos. Qual é o nível de desnutrição, de analfabetismo da localidade? É a população que fornece essas informações”, observa o decano de Extensão, Oviromar Flores, que representou a Universidade de Brasília no evento. O III Serex ocorreu entre os dias 28 e 30 de abril na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. A UnB sediará o evento no próximo ano.

Outra falha debatida entre decanos e pró-reitores é o frágil sistema de gestão dos programas de extensão. “É preciso cadastrar, monitorar e certificar as experiências. Temos de ter o registro das atividades e o acompanhamento da comunidade participante. Não adianta fazer um programa de extensão que dure apenas um semestre”, aponta Oviromar. Os representantes das universidades também discutiram a necessidade de um banco nacional de dados de programas de extensão, de maneira que os professores pudessem consultar a avaliação dos projetos em universidades de todo o Brasil. “É preciso incentivar a troca de conhecimento entre as instituições, para potencializar a ação dos programas”, defende.

O decano de Extensão avalia, ainda, que a UnB deve aumentar o incentivo à participação de professores e estudantes em programas de extensão. “O reitor José Geraldo já havia sugerido que 10% dos créditos das cargas curriculares dos estudantes poderiam ser preenchidos de forma optativa com atividade de extensão. Devemos também aumentar o valor das bolsas dos alunos e conceder benefícios aos professores extensionistas”, sugere Flores.

PARTICIPAÇÃO DA UNB - Durante o Seminário, 36 pesquisadores da Universidade de Brasília apresentaram estudos sobre educação, meio-ambiente, tecnologia, direitos humanos e justiça. A estagiária-técnica da Assessoria de Diversidade e Apoio aos Cotistas Dalila Torres, que passou no vestibular pelo sistema de cotas, participou da mesa redonda Políticas de Ações Afirmativas nas Instituições de Ensino Superior. “É importante sensibilizar a comunidade acadêmica por meio de programas de capacitação e atividades afirmativas, como o curso de cinema negro e de linguagem africana, já oferecidos pela universidade", analisa a cientista política formada na UnB.

A estudante do 4° semestre de Direito Bruna Santos Costa e outras duas colegas de curso apresentaram o projeto Promotoras Legais Populares (PLP), que promove um curso anual de noções básicas de direito e cidadania voltado para mulheres, especialmente às vítimas de violência doméstica. O intuito é capacitar as participantes a atuarem como multiplicadoras de conhecimento em suas comunidades. “A gente procura manter o diálogo constante com elas, além de entender as demandas da sociedade. No Serex, a gente conseguiu fazer vários contatos com projetos que também se baseiam em educação jurídica popular”, comemora.

UnB Agência