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Universidade Federal do Maranhão - Referência indispensável para quem pretende estudar a cultura brasileira e em especial a maranhense, Domingos Vieira Filho é profundo conhecedor da história e do folclore do Maranhão. Mesmo com a grande quantidade de publicações do escritor, são notáveis as dificuldades encontradas para consulta a essas fontes fundamentais para o estudo da cultura popular.
Diante desses empecilhos, pesquisadores do Projeto Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA) catalogam a produção científica escrita por Domingos Vieira Filho sobre a cultura maranhense, com a intenção de elaborar um dicionário crítico da obra do escritor. 

De acordo com a coordenadora do projeto, Conceição de Maria de Araújo Ramos, o levantamento da produção cultural é feito em livros, jornais e revistas. O dicionário crítico irá listar e destacar: obra; síntese; quando, onde e por quem foi publicada e onde foi localizada. “O objetivo é oferecer a estudiosos e pesquisadores um material de referência sobre Domingos Vieira Filho”, explica a coordenadora. 

O maranhense Domingos Vieira Filho, advogado, escritor e jornalista, foi professor do Departamento de Direito da UFMA, presidente da Fundação de Cultura do Maranhão, procurador fiscal da Prefeitura de São Luís, diretor do Departamento de Cultura da Secretaria Estadual de Educação e Cultura e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Ele também ocupou uma cadeira na Academia Maranhense de Letras. 

A obra do autor auxilia na descrição do perfil social do brasileiro e em especial do maranhense, no entanto não pode ser reconhecida em razão da dificuldade de acesso. O projeto teve início em 2008 e até o momento foram catalogadas 104 obras: 64 artigos em jornais, 16 artigos em revistas e 26 livros. As publicações foram encontradas na Academia Maranhense de Letras, Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Pública Benedito Leite, Biblioteca da Unicamp, Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras instituições e bibliotecas por todo o Brasil. 

A equipe técnica do projeto Dicionário Crítico da Obra de Domingos Vieira Filho é formado pelos professores pesquisadores José de Ribamar Mendes Bezerra e Maria de Fátima Sopas Rocha; pelas auxiliares de pesquisa Karla Pereira, Lígia Siqueira e Rafaela Moreira; e pelos consultores científicos Sérgio Figueiredo Ferretti e Mundicarmo Maria Rocha Ferretti. 

ESTUDO SOBRE EXPRESSÕES POPULARES MARANHENSES 
Em outro estudo realizado pelo ALiMA, também sobre Domingos Vieira Filho, as auxiliares de pesquisa Karla Pereira, Lígia Siqueira e Rafaela Moreira selecionaram 12 expressões da língua falada no Maranhão por volta da década de 70 registradas no livro “A Linguagem Popular do Maranhão”. As pesquisadoras verificaram se a população maranhense as reconhece e as utiliza. Elas observaram que as expressões são eventualmente usadas pelas pessoas com mais de 50 anos. Apesar de conhecerem, essas pessoas têm preferência por outras “frases feitas” mais atuais com sentido equivalente. 

Conheça as expressões estudadas: 

- Ariri de festa (antiga) – arroz de festa, rato de festa (atual); 

- Bater a cachimba (antiga) – bater as botas (atual); 

- Engolir em cheio (antiga) – engolir sapo (atual); 

- Sossegar o facho (antiga) – deixar de acesume (atual); 

- Só quer ser 31 de fevereiro (antiga) – só quer ser a bala que matou Kennedy (atual); 

- Quando a galinha ciscar para frente (antiga) – nem que a vaca tussa, só no dia de São Nunca (atual); 

- Cheio de nove horas (antiga) – cheio de não me toque (atual); 

- Do tempo do ronca (antiga) – do arco da velha, mil novecentos e carne de porco (atual); 

- Dar um tiro na macaca (antiga) – ficou para titia (atual); 

- Fala mais que a nega do leite (antiga) – fala pelos cotovelos (atual); 

- Festa de arromba (antiga) – festa irada (atual); 

- Ficou com cara de Nhô Zé (antiga) –ficou com cara de tocha (atual); 

PROJETO ALIMA 
Além de mapear a realidade lingüístico-cultural do estado, o Projeto Atlas Lingüístico do Maranhão (ALiMA), do Departamento de Letras da UFMA, tenta resgatar a origem de algumas formas lexicais da linguagem maranhense. Ele contribui para o mapeamento da realidade linguística no âmbito estadual e nacional. Os estudiosos documentam a linguagem em diferentes níveis de observação (pronúncia, vocabulário, entonação, organização da frase etc). O ALiMA avalia o uso da língua distribuído no espaço geográfico e a língua falada no Maranhão por meio de gravações.

ASCOM UFMA