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Ciência e Tecnologia
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Prevenir doenças, como o Acidente Vascular Cerebral, é uma das aplicações possíveis do FLEEM System® - sistema desenvolvido na Universidade de Mogi das Cruzes em colaboração com o Instituto de Medicina Física e Reabilitação da USP (IMREA/HC/FMUSP) pelo aluno de doutorado em Engenharia Biomédica Leonardo Juan Ramirez Lopez, sob a orientação do professor doutor Daniel Gustavo Goroso. O trabalho é um dos oito brasileiros que serão apresentados no International eHealth, Telemedicine and Health ICT Fórum, em Luxemburgo, no próximo mês.
O sistema tem ampla utilização. “Em pessoas idosas, obesas, diabéticas, entre outras. Para saber a quantidade de calorias ingeridas e gastas, necessário para o controle de processos de reabilitação e de balanço energético – com monitoramento dos exercícios e alimentos solicitados. Em pessoas com doenças cardiopatas permite o monitoramento contínuo do batimento cardíaco para alertar mudanças significativas que podem prever um eventual Acidente Vascular Encefálico (AVE), por exemplo, explica Lopez, que é bolsista do Programa Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG) da CAPES.

O sistema possibilita a medição dos dados fisiológicos, como frequência cardíaca, temperatura corporal, e duração e intensidade dos movimentos do corpo. Essas informações são enviadas para um servidor, que recebe os dados do monitoramento online. Se houver qualquer alteração nos sinais, como no caso de uma taquicardia, um alerta é enviado ao médico e a outros parentes cadastrados a pedido do paciente.

O processo começa com o cadastro da pessoa no sistema FLEEM, que permite a descarga do programa aplicativo no aparelho celular, logo que a pessoa cadastra seus dados pessoais e coloca os sensores no corpo. Os sensores transmitem os dados por infravermelho e Bluetooth ao aparelho celular que armazena e envia por mensagens de texto (SMS) as informações coletadas ao servidor central. No servidor, os dados são processados e armazenados no histórico de cada paciente. “Escolhemos implantar o sistema no celular porque esse é hoje o aparelho mais utilizado no mundo, e que ninguém esquece em casa”, esclarece Lopez.

No caso de pacientes que precisam de acompanhamento da dieta, existe também a necessidade de a pessoa informar tudo que ingeriu, por meio do próprio celular. “Há uma sequência a ser digitada, com todas as opções possíveis nas diversas refeições, como café da manhã, lanche, almoço, etc”. “Um modelo biofísico calcula as quilocalorias e faz o balanço energético em ambiente livre”, explica o orientador dr. Goroso. Esse pré-diagnóstico é enviado ao médico, que determina o que deve ser feito.

A pesquisa - que conta com o financiamento parcial da Fundação Faculdade de Medicina da USP por gestão da Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência – está na sua primeira fase, chamada indoor, em que os testes são realizados no laboratório. A próxima etapa é outdoor e aplicabilidade do sistema em populações de pacientes clinicamente vulneráveis e pessoas com habilidades especiais, o que depende de patrocínio.

Congresso Internacional
O trabalho realizado na UMC será apresentado oralmente no Modetel International eHealth, Telemedicine and Health ICT Fórum (Med-e-Tel http://www. medetel.eu), que acontece entre os dias 14 e 16 de abril, em Luxemburgo. Organizado pela Sociedade Internacional para Telemedicina e Telessaúde, o evento reunirá mais de 150 apresentações e workshops de diversos países, sendo que o Brasil será representado em oito pesquisas - a da UMC é a única realizada em universidade particular.

Além da aprovação para apresentação oral, o projeto foi selecionado, pela alta aplicabilidade e relevância, para fazer parte do livro Global Telemedicine and eHealth Updates, volume 3, que é distribuído em toda a Europa. 

O convite para participar do Fórum surgiu de Adolfo Luiz Falcão Sparenberg, diretor do Instituto de Cardiologia e Centro de Telemedicina de Porto Alegre. O cardiologista foi o precursor e é o principal intermediador das parcerias internacionais na área, trazidas ao Brasil nos últimos 10 anos.

A programação do professor e do aluno da UMC inclui também reuniões e visitas a instituições de pesquisa e empresas da área. Na Suíça, eles passarão pela HOCOMA, empresa que aplica robótica na reabilitação de pacientes, e também na Clínica Humaine. Na Alemanha, o encontro será na Universidade de Heidelberg, com o diretor do Centre for Psycotherapy Reserch, Hans Kordy, e também na Clínica Universitária de Heidelberg, com o pesquisador Rüdiger Rupp. Em Luxemburgo, os dois conhecerão os projetos desenvolvidos no Instituto Público de Pesquisa Henry-Tudor. “Há um interesse recíproco em desenvolver uma parceria para o avanço na área de telemedicina”, informou o professor Gustavo Goroso.

Assessoria de imprensa - UMC