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Ciência e Tecnologia
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Quando se fala em reprodução de anfíbios, para muitos logo vêm à mente as aulas de Biologia do colégio, com os sapos nas lagoas e seus girinos. O professor Taran Grant, da Faculdade de Biociências da PUCRS, revelou, na palestra "A evolução da diversidade reprodutiva dos anfíbios", que na verdade esses animais se reproduzem de 40 modos diferentes. A palestra integrou o Ciclo de Debates da exposição (R)Evolução de Darwin, realizado pelo Museu de Ciências e Tecnologia.
Grant participa de um estudo para entender a evolução da diversidade reprodutiva dos anfíbios com pesquisadores do Museu Argentino de Ciências Naturais e da Universidade Estadual Paulista.

Os anfíbios existem há cerca de 250 milhões de anos. São 6.433 espécies, aproximadamente, número que aumenta a cada ano. Eles estão divididos em três ordens: Anuros (ex.:sapo), Caudata (ex.: salamandra) e Gymnophiona (ex.: cobra-cega). Os anuros são os mais numerosos, superando em diversidade de espécies os mamíferos, por exemplo. Com tantos animais diferentes era de se esperar que as maneiras de reprodução também fossem as mais variadas, combinando fatores como o lugar onde os ovos são depositados e suas características, se o desenvolvimento passa ou não por uma fase larval, o tipo de cuidado parental, como é feita a fertilização e a fonte de nutrição, entre outros.

O público da palestra se surpreendeu com os exemplos apresentados pelo professor, como o da fêmea de uma espécie australiana, extinta na década de 80, que engolia os ovos e o seu filhote se desenvolvia dentro do estômago dela, que parava de funcionar, até ficar pronto. O local de depósito de ovos varia bastante: na água, na vegetação, em ambientes protegidos, em pedras e até em ninhos de espuma. Uma espécie africana se desenvolve no útero da fêmea e depois o ingere. Numa outra o macho engole os ovos e as larvas são gestadas perto da boca, no saco vocal.

Há espécies em que a fêmea e o macho disputam quem cuidará dos filhotes, mas normalmente quando há a necessidade de um cuidado mais avançado é o macho quem o faz. Alguns são simplesmente abandonados pelos pais. Entre os caudatas é muito comum a fertilização interna. Há o caso de uma espécie que os fetos maiores ingerem o vitelo dos irmãos que estão em formação dentro do útero. Entre os Gymnophiona há apenas três maneiras de reprodução, todas por fertilização interna. Há uma espécie em que a fêmea possui uma pele especial, rica em nutrientes, servindo de alimento para o seu filhote, regenerando-se posteriormente.

A evolução da reprodução varia de acordo com a história evolutiva de cada linhagem. É impossível afirmar que a reprodução evoluiu da água para interna. Há espécies, por exemplo, totalmente aquáticas com os ovos/embriões dentro do corpo da mãe. Segundo o professor Grant, sabe-se das características reprodutivas de menos da metade das espécies existentes, uma lacuna que ele e os outros pesquisadores estão tentando preencher.

Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM