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O Brasil ainda está longe de ter um Vale do Silício como os Estados Unidos, uma região onde se concentram as grandes empresas de tecnologia e de onde saíram gigantes empresariais como Hewlett-Packard, Apple e Google. Mas no fim das contas, este pode nem ser o modelo ideal para o cenário brasileiro.
Com 74 parques tecnológicos em todo o país e 520 empresas instaladas neles, é possível que vários pólos sejam criados, dando espaço o surgimento de inovações em áreas como tecnologia da informação, bioenergia, saúde, cinema e vídeo etc. 

"O que falta é uma estratégia que estabeleça quais são as prioridades nacionais e regionais para a criação de novos pólos", diz José Eduardo Fiates, da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e autor do raio-x da situação dos parques tecnológicos brasileiros divulgado ontem pelo órgão. 

O levantamento mostra que existem atualmente 25 pólos em operação, 17 em implantação e 32 na fase de projeto. O volume de investimentos necessário para a concretização dos projetos é de R$ 1,89 bilhão do setor público. Para ocupá-los, a projeção é de que a iniciativa privada teria de investir mais R$ 2,2 bilhões.
A maior parte dos parques tecnológicos (35) está localizada na região Sudeste. No Norte, são apenas 4. A geração de empregos estimada ultrapassa as 26,2 mil vagas, sendo 14,3 mil de nível superior e mais de 7 mil de pós-graduação. 

O movimento de instalação dos parques intensificou-se a partir de 2005, com 49 iniciativas novas. Nos cinco anos anteriores, 25 parques saíram do papel. "Aconteceu um crescimento muito forte de incubadoras na década de 90, que gerou demanda por parte das empresas que deixaram este ambiente", diz Fiates. Outros dois fatores influenciaram o movimento: o aumento do crédito disponível para empresas nascentes e o movimento de manada. "Um prefeito ou reitor de uma universidade vê o outro fazendo e decide fazer também". Essa mobilização já gera receitas de R$ 1,68 bilhão, exportações de R$ 116,1 milhões e recolhimento de impostos de R$ 118,8 milhões. 

O Parque Tecnológico Itaipu, instalado em Foz do Iguaçu e mantido pela hidrelétrica homônima, é um dos "recém-nascidos". Em atividade desde 2005, tem hoje 10 empresas em fase de incubação e duas em seu condomínio. Segundo Antônio Terna, gerente do espaço de desenvolvimento empresarial do parque, três universidades são parceiras no projeto, que tem capacidade para incubar 20 empresas. "Estamos trabalhando para criar uma cultura de empreendedorismo e inovação na região", diz Terna. 

Mais consolidados, os parques da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o TechnoPUC, e o da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Porto Digital, trabalham atualmente na expansão de suas atividades. No Porto Digital, a previsão é saltar dos 4 mil profissionais que criam software atualmente para cerca de 20 mil até 2020, diz Francisco Saboya, diretor do pólo. 

Roberto Moschetta, diretor do TechnoPUC, conta que em outubro de 2009 o centro vai ocupar 42 mil metros quadrados e reunir 5 mil pessoas, com a inauguração de um novo prédio. Uma outra unidade, com 35 mil metros quadrados entrará em funcionamento mais adiante, ampliando a atuação do parque para cinema e vídeo. 

O governo do Estado de São Paulo concedeu, ontem, R$ 16 milhões em incentivos fiscais aos pólos do estado, um programa chamado Pró-Parques. Com ele, as empresas poderão usar créditos de ICMS para suas atividades e os parques receberão apoio para ampliação de áreas e infra-estrutura. Também foi firmado acordo com a Prefeitura de São Paulo para a criação de parques nas zonas Oeste e Leste da capital.

Fonte: Valor Econômico 
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Assessoria de Imprensa - Fundação PaqTcPB