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Novas tecnologias são apresentadas pelo CNPq em exposição na EmbrapaO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) apresenta projetos que trazem alternativas para a irrigação, a saúde e alimentação, a utilização de rejeitos agroindustriais na produção do biodiesel e técnicas industriais adaptadas às condições da população indígena, na Exposição Ciência para Vida, que se realiza de 20 a 28 de setembro em Brasília.

Irrigâmetro
Os visitantes podem conhecer o projeto desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), liderados pelo professor Rubens Alves de Oliveira, do Departamento de Engenharia Agrícola, que é um aparelho que representa uma alternativa viável para o manejo da água de irrigação, podendo ser usado por agricultores familiares, médios e grandes produtores. Trata-se do irrigâmetro, nova tecnologia a ser usada no setor, cuja patente está depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial em nome da UFV.

O irrigâmetro é um aparelho evapo-pluviométrico que reúne toda a ciência relacionada com o manejo da irrigação no que se refere às características da cultura, do solo, do clima e do sistema de irrigação visando otimizar o uso da água. O aparelho permite  considerar a efetividade da chuva e fornece diretamente o tempo de funcionamento ou a velocidade de deslocamento do equipamento de irrigação, com a  finalidade de aplicar a quantidade de água necessária ao pleno desenvolvimento da cultura.

O produtor não precisa ter conhecimento técnico sobre irrigação, nem usar programa computacional ou efetuar cálculos, os quais são por demais complexos para a quase totalidade dos irrigantes brasileiros. O aparelho consiste simplesmente em abertura e fechamento de válvulas nele existentes, obedecendo-se uma seqüência predefinida.

A otimização no uso da água é importante para todos os setores da sociedade, tanto do ponto de vista ambiental, economizando água e energia e evitando degradação do meio ambiente, quanto do ponto de vista social, ao possibilitar a incorporação principalmente do pequeno irrigante ao processo de manejo da água de irrigação. O aparelho possibilita ainda aumento da renda do produtor rural, pela redução de custos e pelo aumento da produtividade das culturas. O irrigâmetro está sendo comercializado por R$1.790,00.

Seringueiros e índios do Acre
Retirar o látex de árvores nativas da Amazônia e transformá-lo em borracha sem a necessidade de utilizar energia elétrica é a tecnologia que um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC) criou para comunidades indígenas e seringueiros da região, com o Projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia.

Apoiados pelo CNPq, os pesquisadores e grupos das comunidades uniram técnicas industriais adaptadas às condições disponíveis para a população à uma antiga tradição indígena. “Há 26 anos trabalhando e estudando a história dos seringueiros, descobri que era preciso buscar pesquisa, desenvolvimento e principalmente inovação para superar e sair da mesmice na produção da borracha”, disse o professor Francisco Samonek, coordenador do projeto.

O resultado foi o desenvolvimento da tecnologia social denominada de encauchados, que proporcionou a oportunidade a grupos indígenas e seringueiros de desenvolverem em escala uma variedade de produtos artesanais de borracha, como luminárias, porta-lápis, toalhas de mesa, jogos americanos, tapetes, entre outros.

O projeto iniciou-se nas terras indígenas de Kaxinawá e Shanenawa, do município de Feijó, e na reserva extrativista do Cazumbá Iracema, no município de Sena Madureira, no Acre, em 2005, envolvendo aproximadamente 11 aldeias indígenas e oito comunidades de seringueiros. Hoje a tecnologia está em expansão. São mais de 450 pessoas a utilizá-la, entre pesquisadores, técnicos, índios e seringueiros, divididos por toda a Amazônia, Rondônia, Acre, Amazonas e Pará. 

Tecnologias para a engenharia de alimentos
Um nariz eletrônico, cápsulas com partículas nanométricas para saúde e alimentação e a utilização de rejeitos agroindustriais na produção do biodiesel são os resultados alcançados, com apoio do CNPq durante mais de uma década de estudos, pelo grupo de pesquisadores do Departamento de Engenharia de Alimentos, coordenados pelo professor José Vladimir de Oliveira, da Universidade Regional Integrada (URI), em Erechim no Rio Grande do Sul, que estão apresentados na Exposição na Embrapa.

Por meio da nanotecnologia, os pesquisadores “encapsularam princípios ativos de compostos importantes para a saúde e alimentação em pequenas partículas, nanométricas, utilizando polímeros biocompatíveis/biodegradáveis”, explicou o coordenador. Essas cápsulas compostas por óleos essenciais e anti-oxidantes podem ser processadas pelo organismo humano sem danos.

O segundo projeto desenvolvido pelo grupo são sensores de excelente precisão, que utilizam a tecnologia supercrítica e a nanotecnologia, formando uma espécie de nariz eletrônico capaz de captar gases de compostos orgânicos voláteis, bem como detectar a presença de elementos tóxicos em alimentos ou no meio ambiente, como pesticidas. Estes sensores possuem sistemas de medições de alta sensibilidade, com resposta rápida, e são desenvolvidos a baixo custo.

Uma tecnologia alternativa ao processo convencional de produção de biodiesel desenvolvida pelos pesquisadores é a utilização de proteínas, enzimas, obtidas a partir de rejeitos agroindustriais, como bagaços/tortas da extração do óleo da soja ou da mamona, para ser utilizada como catalisador no processo de reação da produção do biodiesel. “É um produto com mais qualidade e menos poluente”, completa o pesquisador José Vladimir de Oliveira.

Assessoria de Comunicação Social do CNPq